A semana de carnaval é ótima para atualizar leituras ou ver filmes (especificamente no caso de Jaraguá do Sul, a semana de carnaval resume-se ao final de semana de carnaval e mais a manhã da quarta-feira de cinzas, o que é muito bom, diga-se de passagem).
Para não ver aqueles desfiles chatos e repetitivos, a opção foi pegar uns filmes na estante ou na locadora.
Hoje comento três deles.
O primeiro foi Um sonho possível (The blind side, 2009, EUA), com Sandra Bullock. Conta a história de um rapaz pobre, sem teto, grandalhão, dado por incompetente intelectualmente, e que encontrou uma família-madrinha que lhe deu casa, carinho, estudo e a chance de viver dignamente. Se não dissessem que é um filme baseado numa história real, eu não poderia supor. É extremamente surreal imaginar a forma com que esse rapaz foi tratado pela família que o adotou nesses tempos de desconfiança, violência, dúvida, falta de tolerância. Confesso que achei que ia ser um daqueles filminhos sem graça, cujo tempo não passa. Errei. É um bom filme.
O segundo filme foi O corte (Le Couperet, 2005, Bélgica/França/Espanha). Peguei o filme na locadora porque há muito tempo tinha lido uma crítica muito boa sobre um livro homônimo. Trata-se da mesma história e eu nem sabia que já havia um filme. Para aumentar ainda mais as minhas expectativas o filme foi dirigido por Costa-Gavras (cujo filme político Z também já deixo recomendado). É a história de um executivo que perde o emprego depois de 15 anos de serviços prestados. A coisa começa a ficar feia quando se passam mais de dois anos e ele ainda não conseguiu recolocação no mercado de trabalho. Então tem a ideia de literalmente eliminar os melhores concorrentes. É um filme divertido e, ao mesmo tempo, que faz refletir, muito bem conduzido pelo diretor. Vale a pena.
O terceiro é do Quentin Tarantino. À prova de morte (Death proof, 2007, EUA), com Kurt Russell. Tudo bem que é Quentin Tarantino, mas o filme só é legal quando se assiste os extras e passa a entender um pouco mais do que acontece. O filme em si é a história de um maníaco que tem um carro de dublês "à prova de morte" e que se aproveita disso para perseguir gostosas indefesas. O filme é praticamente dividido em duas partes e a segunda é melhor (ao contrário do que achei de Kill Bill). Chega a ser divertido de tão trash e absurdo. Os extras, por sua vez, falam dos dublês (foram reunidos os melhores, segundo o diretor, para esse filme) e dos carros preparados para as batidas. Com os extras entende-se, também, o monte de referências que esse filme traz, em especial, aos de perseguição com carros. Provavelmente um cinéfilo tivesse captado imediatamente. Eu não. Outro detalhe interessante é que o filme é rodado em película ao estilo filmes antigos. Parece um filme dos anos 70 (ok, ok, entendi que também é uma referência...).
2 comentários:
Concordo, o feriado foi excelente para assistir a filmes, especialmente falando do filme Um Sonho Possível, um filme feito para atingir o emocional de espectador, um exemplo de amor altruísta, com esperanças de uma humanidade mais caridosa talvez. ´
É estranho, mas pela metade do filme onde acontece o acidente de carro e ele quase mata o menino caçula da ricaça, ainda acreditava que algo fosse acontecer para desestabilizar esse conto de fadas, é bom saber que ainda existem pessoas com bom coração.
Realmente um filme maravilhoso.
Andréa Paulata
Depois de ler algumas críticas sobre o filme Um sonho possível, quase desistir de assistir, pois diziam ser "sem sal"... Mas ao assistir, deduzi que sem sal era a vidinha dos que assim criticaram o filme. Um filme que toca, que aperta o peito... Também recomendo!
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