Bacafá

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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Polêmica sobre a foto da menina nua na Guerra do Vietnã me lembrou o texto "Éramos pedófilos e não sabíamos?"

Parece-me indiscutível que entramos na era da loucura, da neurose. Um pouco pelas evidências das crueldades humanas (que sempre existiram, talvez até piores do que são hoje, mas que nunca tiveram a divulgação massiva e instantânea como atualmente), um pouco por conta da síndrome do "politicamente correto".

Agora a polêmica é sobre a famosa foto da menina nua na Guerra do Vietnã fugindo de um bombardeio americano com napalm. Crua, violenta e triste por si só. O Facebook resolveu tirá-la do ar. Voltou atrás. As razões podem ser lidas aqui.



Lendo os argumentos, lembrei de um texto sobre pedofilia que escrevi em fevereiro de 2011. Lá se vão mais de cinco anos. "Éramos todos pedófilos e não sabíamos?". Para ler, basta clicar no título aí do lado.

Não tenho certeza se a humanidade está evoluindo ou involuindo. Acredito muito fortemente na primeira opção, apesar de alguns desarranjos aqui e ali. O futuro nos dirá.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Hoje é dia de rock, bebê.

AC/DC - Thunderstruck.

Em versões, hehe!!!



E o original:


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Telhado de vidro.



                   Um dos textos que mais me fez refletir na minha vida adulta é de um jaraguaense. “A falácia do telhado de vidro”, do advogado e professor Darwinn Harnack, de 2010. Lembrei dele no meio desta fuzarca que virou nossa política e as discussões de botequim. Cabe bem aqui, em dois aspectos, a meu ver.

                   Primeiro: “Todo o ser humano comete erros e é falível. Disso não restam quaisquer dúvidas. Porém, o escudo hoje tão utilizado do “não jogue pedras...” tem fundamentado uma atitude não recomendável de passividade perante os fatos da vida. Se todo o ser humano erra, isso não é motivo para deixar de se defender um padrão de conduta correto e voltado para o bem. Quem erra deve aceitar a crítica devida, mas não perde, por isso, o direito de também cobrar a correção da conduta alheia. Fosse assim, ninguém poderia criticar mais nada. Essa ideia é falaciosa e induz à passividade que tanto interessa a quem assume uma posição de comando, seja em uma instituição ou mesmo no Estado. Em outras palavras, não é porque alguém cometeu um ou mais deslizes na vida que está fora da órbita dos chamados “homens de bem”, que podem criticar e cobrar os demais. Todos têm esse direito e o “homem de bem” de hoje, pode ser o errado amanhã.”

                   De outro norte, o próprio contrapõe: “É bem verdade que o ataque irracional contra alguém que cometeu um erro na vida, constitui atitude leviana e própria de quem não calça mentalmente as sandálias do próximo antes de se pronunciar”. O professor tem razão nas duas colocações. Passividade a obscuros interesses alimenta. Raiva a nenhum lugar leva.

                   Está-se vendo, porém, a pessoalização nas discussões dos problemas que assolam nosso país. Poucos têm trazido soluções, muitos têm descarregado, com evidente ira, ataques irracionais claramente papagaiando o “que ouviram dizer”, às vezes sem a mínima noção do que repetem.

                   O momento é grave, o debate é necessário, o conhecimento de causa é fundamental e a reflexão é essencial. Independentemente de como terminar esta triste página da nossa história.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O código de honra.



                   Vivemos uma fase ímpar no Brasil. É, não tenho dúvidas, um momento de libertação. Independentemente do lado que se esteja, estamos passando por um processo de depuração política. Caindo ou não a Presidente da República ou o Presidente da Câmara, ou mesmo o do Senado, não se enganem os sobreviventes de que estarão a salvo do crivo popular. Uma nova era chegou. E creio que será diferente da apatia que se deu pós-1992.

                   Lendo “O código de honra: como ocorrem as revoluções morais”, do filósofo contemporâneo Kwane Anthony Appiah, no capítulo que trata do fim da escravidão atlântica, há lições que muito bem se aplicam a nossa realidade, embora discutidas nos anos 1820 pelos britânicos: “a informação às classes mais humildes sobre o tema em questão não é trabalho perdido, ao contrário de grande parte do que se dedica a seus superiores em cultura e posição”. Embora o próprio autor reconheça certa polêmica nesta afirmação, verificava-se que as classes médias e altas “tinham consciência dos horrores da escravidão e mesmo assim não faziam nada”. Pergunto-me se se aplica essa assertiva ao Brasil em relação aos horrores da corrupção, em tempos modernos? E estendo este questionamento às “pequenas corrupções” do dia-a-dia, como estacionar indevidamente na vaga de idoso, não devolver o troco a maior dado errado, jogar lixo na rua, furar fila, comprar cd pirata e por aí afora.

                   Continuando o raciocínio comparativo, ainda segundo o livro, nos anos 1830, na Inglaterra, houve manifestações que levavam cerca de 200 mil pessoas para comícios sobre reformas políticas, sendo que “o Parlamento se acostumou com a nova ideia de que devia responder aos julgamentos da nação – e não os direcionar”. O autor complementa o pensamento da época com um comentário de Disraeli, talvez, digo eu, com uma pitada de preconceito: “uma aristocracia esclarecida, que se colocou à frente de um movimento que não se originou dela, deveria ter corrigido, e não sancionado, os erros virtuosos de uma comunidade bem-intencionada, mas de mentalidade estreita”.

                   Já se vão quase 200 anos e a história parece, em sua essência, se repetir, em lugar e por motivos diferentes. Precisamos refletir.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Os fins não justificam os meios.



E nem os êxitos, por si só, justificam os erros. Principalmente se tais erros ultrapassarem propositadamente o limite da ética.

Estou meio impaciente, além de triste, com o que tenho visto em decorrência dos despautérios no planalto central. Agora você é coxinha ou é petralha. Parece não haver meio termo. Pior, as discussões, salvo honrosas exceções, estão rasas, assustadoramente rasas. Estamos perdendo uma oportunidade fabulosa – não diria ímpar porque há 24 anos já passamos por algo similar – de democraticamente elevarmos o nível do debate e de esclarecermos definitivamente à população o que está acontecendo jurídica, social e politicamente. E, então, como deve ser num país democrático e republicano, cada um tiraria sua conclusão ou lapidaria sua opinião.

Mas, não é o que tenho visto, em regra. Não consigo entender como alguns lulo-petistas insistem em centrar a defesa da Presidente e do seu antecessor unicamente no mérito da ascensão de boa parte da população miserável que esse país tinha.  E, muito menos, argumentar que discutir impeachment é golpe. Não, o impeachment não é golpe. Não o será, pelo menos, se a ordem legal for respeitada. Faz parte do nosso presidencialismo tanto quanto o faz a eleição direta. Não, o sucesso de planos sociais não pode servir de cortina de fumaça para as falcatruas que estão se revelando como nunca antes na história desse país. Não existe compensação para corrupção e nem deve existir a vitimização do corrupto.

Por outro lado, não se pode aceitar que o legítimo e justo processo legal seja atropelado em nome de um suposto bem maior que é a depuração da classe política e, consequentemente, da sociedade. Isso, assim como o aparelhamento da administração pública, não é republicano e nem democrático. Subjetivismos desta natureza contaminam a democracia. E nossa democracia custou sangue, suor e lágrimas para ser assim desprezada. Não se pode esquecer, jamais, que os fins não justificam os meios e, mais, que a quebra do devido processo legal não repercute apenas para os políticos ora suspeitos. Reverberá, mais cedo ou mais tarde, para os cidadãos de bem. O devido processo legal é a base da Justiça e da Democracia e não podemos simplesmente não considerar esta hipótese porque gostamos ou não gostamos de alguém. Não se pode comer o fruto da árvore envenenada.

 É momento de indignação. Porém com reflexão e responsabilidade!

 Bacafá

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Advogado é suspenso nos EUA por propaganda enganosa e com termo chulo.

Fonte: Portal Conjur.

As empresas dos Estados Unidos, como as de outras partes do mundo, gostam muito de slogans como “servindo a comunidade desde 1992”. Em seus anúncios nas páginas amarelas e em seu website, o advogado Brent Welke deu uma nova dimensão a esse recurso publicitário, para mostrar que faz o que devedores irados supostamente gostariam de fazer contra os bancos, com o slogan: “Screwing banks since 1992” (que pode ser traduzido como "fodendo bancos desde 1992").

Além da linguagem tecnicamente inapropriada, os tais anúncios do advogado especializado em falência prometiam coisas que ele não poderia cumprir, pelo menos inteiramente, tais como: “Mantenha sua propriedade”; “Impeça penhoras de salários”; “Impeça execução de hipoteca”; e “Impeça reintegração de posso de veículos”.

Pelo menos isso foi o que entendeu o tribunal superior de Indiana, onde o advogado atua. Para os ministros da corte, tais promessas equivaliam a algo como propaganda enganosa. Em decisão unânime, eles explicaram que anúncios omitiram o fato de que tais promessas a devedores em processo de falência representam apenas uma possibilidade, não uma garantia.


Continue lendo clicando aqui.

Agora, mais "comedido", esse advogado colocou um buldogue no seu site, e uma expressão não muito, digamos, técnica, para atrair seus clientes. Veja clicando aqui.

No Brasil as regras são rígidas para publicidade. Cães, por exemplo, não são permitidos...

Ministro do STJ determina devolução de 90% do valor pago de imóvel a comprador em distrato.

Fonte: Portal STJ.

Decisão de um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisões de outras instâncias
judiciais que garantiram a devolução ao comprador de 90% do valor pago por um apartamento em razão da rescisão do contrato de compra com a construtora (distrato).

A ação envolve a compra na planta de um apartamento em Águas Claras, cidade satélite de Brasília, em março de 2011. O valor do imóvel foi de R$ 212 mil, com o pagamento de um sinal, comissão de corretagem e prestação mensal de R$ 357, corrigida mensalmente pelo INCC.

Em abril de 2014, quatro meses após a data prometida para entrega do imóvel e sem qualquer previsão para o término da obra, o comprador decidiu rescindir o contrato. O total pago então somava R$ 64.196,99. De acordo com o contrato, a rescisão por desistência do comprador representaria a perda de 40% do total pago.

Inconformado, o comprador entrou na Justiça alegando a abusividade desse percentual e requerendo uma retenção de no máximo 10% do valor pago.

Na sentença, o juiz de primeira instância concordou com os argumentos apresentados ao salientar que a retenção de 10% “é suficiente para cobrir eventuais prejuízos advindos do desfazimento do negócio”, condenando a construtora a devolver 90% do valor pago, em parcela única.

Continue lendo clicando aqui.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Porque hoje é sexta-feira (e nós merecemos rir um pouco). Viva Marte e sua água!

Ou, nesse caso, muito.
Ainda me impressiono com a criatividade do ser humano. Alguns parvos até escreveram umas sandices, mesmo. Mas outros, acredito, inventaram deliberadamente algumas respostas que servem, indiscutivelmente, para desopilar o fígado.

São comentários sobre a descoberta de água em Marte, trazidos do G1.

Vi lá no blog Não Salvo.

Divirtam-se.








quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cirurgião plástico deve garantir êxito do procedimento estético

Fonte: Portal do STJ.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem entendimento de que a relação entre o profissional médico e seus clientes gera um contrato de “obrigação de resultado”. Conforme decisões do tribunal, o cirurgião plástico, ao oferecer seus serviços, compromete-se a alcançar o resultado estético pretendido. Caso ocorram falhas nos procedimentos ou os resultados não sejam obtidos, o cliente pode acionar a Justiça para reparar eventuais danos morais e materiais.

“De acordo com vasta jurisprudência, a cirurgia plástica estética é obrigação de resultado, uma vez que o objetivo do paciente é justamente melhorar sua aparência, comprometendo-se o cirurgião a proporcionar-lhe o resultado pretendido”, decidiu o tribunal ao analisar o AREsp 328110.   

“O que importa considerar é que o profissional na área de cirurgia plástica, nos dias atuais, promete um determinado resultado (aliás, essa é a sua atividade-fim), prevendo, inclusive, com detalhes, esse novo resultado estético procurado. Alguns se utilizam mesmo de programas de computador que projetam a simulação da nova imagem (nariz, boca, olhos, seios, nádegas etc.), através de montagem, escolhida na tela do computador ou na impressora, para que o cliente decida. Estabelece-se, sem dúvida, entre médico e paciente relação contratual de resultado que deve ser honrada”, define a doutrina.   

O Brasil apresenta, ao lado dos EUA, o maior número de procedimentos desse tipo: a cada ano são realizadas no país mais de um milhão de procedimentos estéticos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Entre as mais comuns estão a cirurgia para remoção de gordura localizada (lipoaspiração), o implante de silicone para aumento dos seios (mamoplastia) e a cirurgia para levantar o nariz (rinoplastia).

As decisões da corte sobre esse assunto estão disponibilizadas pela Pesquisa Pronta, na página eletrônica do STJ, sob o tema Responsabilidade Civil do profissional por erro médico. A ferramenta oferece consultas prontamente disponíveis a temas jurídicos relevantes, bem como a acórdãos de julgamento de casos notórios.

Continue lendo no Portal do STJ clicando aqui.

Não obstante a responsabilidade objetiva pacificada pelos tribunais nessas situações, um ponto a ser avaliado é o que o cliente/paciente esperava, ou seja, na sua opinião, ou seja, uma sensação subjetiva, o resultado pode não ser exatamente o que ele sonhava, em especial nas cirurgias faciais. Quando ocorrem lesões a questão é bem mais tranquila. Contudo, nas outras possibilidades, a controvérsia pode se instalar...

Para os médicos, um dos fatores preponderantes para evitar desconfortos posteriores é esclarecer o cliente/paciente de todos os riscos inerentes ao procedimento.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

As fantasias.


Carlos Henrique Schroeder sempre impressiona. E me impressiona porque inova, porque, de alguma maneira, se reinventa como escritor. É a sensação que tenho, na qualidade de não-especialista ou não-crítico de literatura. As fantasias eletivas trazem esse ar de inovação nessa história de vai e vem entre o porteiro de hotel Renê e o travesti Copi, uma relação improvável, com um quê de drama.

Vencedor de vários prêmios, agitador cultural no bom sentido, criador de vários festivais e feiras, escritor inovador, dele o livro que mais gostei foi Ensaio no vazio, um verdadeiro soco no estômago.

De As fantasias... escolhi alguns excertos:

"A vida é uma coleção de derrotas e vitórias emocionais que se empilhavam atrás do ego."

"Nos permitimos exibir nossos carros, a porra desses tijolões, os celulares, mas temos vergonha de fazer um carinho, dar um beijo prolongado na nossa companhia em plena rua. É o claro isolamento do afeto, do toque, do gesto. É uma espécie de ausência que torna todas as ruas de todas as cidades um pouco fantasmas, já que deixaram de ser o palco das expressões humanas para ser apenas um trajeto."

"No fim
é só o fim."

"Escrever não é divino, é humano, é triste. É uma criança numa piscina de bolinhas: a criança não sabe por que está lá: gosta, fica, brinca, é divertido. (...). Nenhuma criança quer morar numa piscina de bolinhas: é um lugar de felicidade transitória, de alguns momentos iluminados, que depois se tornam sombrios."

Relendo esses trechos, lembrei de uma Ciranda Cultural promovida pela Biblioteca Municipal de Jaraguá do Sul cujo escritor convidado foi o Schroeder. Ali ele contou que o objetivo do escritor é buscar escrever o livro perfeito, e que nunca está completamente satisfeito com o que escreve. E que o próximo terá que ser melhor.

É um pouco a vida isso, não?

Machista ou não?

O CONAR abriu processo por conta de três reclamações contra o anúncio publicitário de O Boticário, considerando-o machista. O comercial mostra a história de três casais reais que estão em processo de divórcio, sendo que no dia da assinatura do instrumento as mulheres aparecem maquiadas (e muito autoconfiantes, segundo a ideia do anúncio). O nome da campanha é "Acredite na beleza".

Será que isso é machismo? Veja o anúncio e tire suas conclusões.



Será que estamos caindo na armadilha da chatice do "politicamente correto"? Ou será que estamos sendo tolerantes com situações "engraçadinhas" e não vendo o lado obscuro, nefasto e disfarçado dos preconceitos arraigados em nossas mentes?

Página do CONAR: http://www.conar.org.br/

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Valeu, Wendell!

A vida é, de fato, uma caixinha de surpresas. Ora nos decepcionando, ora nos alegrando. Ontem foi daqueles dias divertidos de acompanhar o mundo. Não que as guerras tivessem parado por vinte e quatro horas, ou que as pessoas parassem de sonegar tributos, ou que ninguém tenha passado fome ou sede. Ontem foi diferente, de propósito ou não (e quando digo isso, penso em jogada de marketing da FIFA mesmo), porque um brasileiro desconhecido do mundo ganhou o Prêmio Puskas, de gol mais bonito do ano.

Wendell Lira, do até então (na época do gol) pouco falado Goianesia, marcou um golaço no jogo contra o Atlético-GO, e ganhou o prêmio disputado com Florenzi, do Roma, e Messi, do Barcelona. Foi evidente (e natural) sua emoção ao falar quando recebeu o prêmio, sendo tietado por vários ídolos brasileiros do esporte bretão. Foi humilde, também. Uma espécie de Davi contra Golias, segundo ele próprio, na sua manifestação na entrega do troféu.

Embora já tendo sido convocado para as seleções de base, Wendell esteve parte do ano passado desempregado, voltando a jogar futebol em time profissional há pouco tempo.

Valeu, Wendell, por demonstrar que, apesar dessa loucura de mundo que vivemos, onde o dinheiro move tudo, é possível que coisas inesperadas aconteçam!!

Abaixo o gol de ouro:

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O camaleão dos olhos bicolores.

O cara com olhos de cores diferentes estourou em 69, morreu aos 69, virou referência e era chamado de Camaleão, dadas suas transformações ao longo dos anos.

Mesmo não sendo um clássico fã, sei da sua importância na música mundial. Afinal, nos últimos quase sessenta anos todo mundo dançou pelo menos uma música dele. Na pior das hipóteses, tamborilou os dedos...

David Bowie agora pode descobrir se há vida em Marte...



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

McDonald's e o funk de putaria do seu comercial.

Relembrando as gafes de marketing do ano passado, dentre tantas, a que mais me chamou a atenção foi a utilização pelo McDonald's de um funk proibidão para lançamento de três produtos (Cheddar). E ainda com aquelas melodias que grudam, numa mistura de reggaeton com funk carioca...


Veja o anúncio (#NovinhosCheddar):




Mas, porém, contudo, todavia, entretanto... a música é uma versão de um hit dos cariocas MC Romântico e DJ Bambam, "As Novinhas Tão Sensacional". Não se pode deixar de registrar como é bela a gramática funkeira!

Confira As novinhas (se tiver criança por perto ou não quiser ouvir o baixo nível, pule para a letra a seguir):



A grosseria é essa: "Descendo com a xota prendendo no pau/Subindo com a xota prendendo no pau/Rebola com a xota prendendo no pau/Isso aqui tá gostoso, tá sensacional". Na versão do McDonald's a letra é: "Dobro de cheddar pegando geral/É cheddar mais bacon ficou genial/Batata com cheddar não tem nada igual/Derretendo gostoso, fenomenal".

No clipe oficial, que visava lançar as músicas para fora dos bailes funks (televisão, rádio), a letra muda para "Descendo, gostosa, prendendo legal/Subindo, gostosa, prendendo legal/Rebola, gostosa, prendendo legal/Isso aqui tá gostoso, tá sensacional". Eis o vídeo, com umas novinhas sem cara de novinhas (aguente se quiser):



Pelo que andei lendo na época, o McDonald's limitou-se a dizer que foi uma coincidência. Houve, inclusive, outros vídeos publicitários no Youtube com consumidores mandando mensagens de quanto gostaram das novidades, em cima do vídeo original. Os DJs, por sua vez, parece que aumentaram o valor do seu cachê.


The unbelievers.

Em português algo como Os descrentes ou Os Incrédulos (tradução oficial do filme). Assisti a esse documentário (de 2013) baseado em debates com e conversas entre Richard Dawkins e Lawrence Krauss, que contou, ainda, com a participação especial de  Woody Allen, Cameron Diaz, Stephen Hawking, Sarah Silverman, Bill Pullman, Werner Herzog, Bill Maher, Stephen Colbert, Tim Minchin, Eddie Izzard, Ian McEwan, entre outros artistas e cientistas.

Os colóquios tratam sobre a importância da ciência e da razão na consciência das pessoas e do porque discutir ciência em detrimento da religião, Dawkins, biólogo britânico, e Krauss, físico norte-americano, reconhecidos mundialmente em suas áreas, também são considerados dois dos maiores céticos (ou ateus, como queiram) que se dispõe a conversar e tratar do assunto.

Recomendo assistir o documentário, mesmo para quem é crente (no sentido amplo da palavra), eis que traz pontos de vista muito interessantes e, hoje em dia, talvez mais que em outros tempos, a reflexão é necessária. Estamos em época de Estado Islâmico e Boko Haram, entre outros fanáticos fundamentalistas, na mesma linha que a Igreja Católica estava alguns séculos atrás. Tudo isso se justifica?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

1984: pontos nada modernos e ainda atuais.

Alguns dos raciocínios do livro do George Orwell vão ao encontro do que penso sobre política. Essa história de que os políticos ou os partidos querem oxigenação do poder é pura balela. Só o querem quando não estão lá. Querem apenas o poder e quando chegam, querem se perpetuar no topo. Ou alguém pensa diferente? Raciocínio básico; nem precisa de esforço para entender como as coisas funcionam.

A diferença são os meios pelos quais se consegue se manter no poder. Naturalmente um povo
esclarecido e educado tende a querer mudar quando a repetição se torna excessiva, o que leva a outra conclusão óbvia. Alguns se mantêm no poder por meios não tão claros. A questão é diferenciar o joio do trigo ou achar que tudo é farinha do mesmo saco.

"Porque se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a grande massa de seres humanos que costuma ser embrutecida pela pobreza se alfabetizaria e aprenderia a pensar por si; e depois que isso acontecesse, mais cedo ou mais tarde essa massa se daria conta de que a minoria privilegiada não tinha função nenhuma e acabaria com ela. A longo termo, uma sociedade hierárquica só era possível num mundo de pobreza e ignorância."

"Sabemos que ninguém toma o poder com o objetivo de abandoná-lo. Poder não é um meio, mas um fim. Não se estabelece uma ditadura para proteger uma revolução. Faz-se a revolução para instalar a ditadura. O objetivo da perseguição é a perseguição. O objetivo da tortura é a tortura. O objetivo do poder é o poder."

E, falando sobre classes sociais diferentes:

"Os objetivos desses três grupos são inconciliáveis. O objetivo dos Altos é continuar onde estão. O objetivo dos Médios é trocar de lugar com os Altos. O objetivo dos Baixos, isso quando têm um objetivo - pois uma das características marcantes dos Baixos é o fato de estarem tão oprimidos pela trabalheira que só a intervalos mantêm alguma consciência de toda a e qualquer coisa externa a seu cotidiano -, é abolir todas as diferenças e criar uma sociedade na qual todos os homens sejam iguais."

Ou seja, cada um por si e ninguém por todos...

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

1984: (re) foi-se.

Com trocadilho, hehe. Depois de reler a possivelmente mais importante obra de George Orwell, uma crítica aos sistemas totalitários que se firmavam ou acabavam ao final da década de 40, vê-se que o mundo não mudou muito nestes últimos quase 80 anos. Pelo menos no que se refere à vontade humana de dominação. Ora sob o espectro social, ora sob o religioso. Como diz Lulu Santos, embora em outro contexto, "  Ainda leva uma cara/Pra gente poder dar risada/Assim caminha a humanidade/Com passos de formiga/E sem vontade...".

Alguns trechos interessantes do livro que inspirou os holandeses a criarem o reality show Big Brother:

"Enquanto eles não se conscientizarem, não serão rebeldes autênticos e, enquanto não se rebelarem, não têm como se conscientizar."
...

"'Detesto a pureza, odeio a bondade. Não quero virtude em lugar nenhum. Quero que todo mundo seja devasso até os ossos.'
'Bom, então acho que vai gostar de mim, querido. Sou devassa até os ossos.'
'Você gosta de fazer isso? Não me refiro apenas a estar comigo; falo da coisa em si.'
'Adoro.'"
...

"'Os mortos somos nós.
'Ainda não morremos.'
'Fisicamente não. Seis meses, um ano, talvez cinco anos. Tenho medo da morte. Você é jovem; portanto, em princípio, tem mais medo da morte do que eu. É claro que iremos protelá-la o máximo possível. Mas a diferença é muito pequena. Enquanto os seres humanos permanecerem seres humanos, morte e vida serão a mesma coisa.'"
...

"A privacidade era uma coisa muito valiosa. Todo mundo queria ter um lugar em que pudesse estar a sós de vez em quando."
...

"Graças ao fato de não entenderem, conservavam a saúde mental."
...

"O fato de ser uma minoria de um, não significava que você fosse louco. Havia verdade e havia inverdade, e se você se agarrasse à verdade, mesmo que o mundo inteiro o contradissesse, não estaria louco."