Bacafá

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Advogado é suspenso nos EUA por propaganda enganosa e com termo chulo.

Fonte: Portal Conjur.

As empresas dos Estados Unidos, como as de outras partes do mundo, gostam muito de slogans como “servindo a comunidade desde 1992”. Em seus anúncios nas páginas amarelas e em seu website, o advogado Brent Welke deu uma nova dimensão a esse recurso publicitário, para mostrar que faz o que devedores irados supostamente gostariam de fazer contra os bancos, com o slogan: “Screwing banks since 1992” (que pode ser traduzido como "fodendo bancos desde 1992").

Além da linguagem tecnicamente inapropriada, os tais anúncios do advogado especializado em falência prometiam coisas que ele não poderia cumprir, pelo menos inteiramente, tais como: “Mantenha sua propriedade”; “Impeça penhoras de salários”; “Impeça execução de hipoteca”; e “Impeça reintegração de posso de veículos”.

Pelo menos isso foi o que entendeu o tribunal superior de Indiana, onde o advogado atua. Para os ministros da corte, tais promessas equivaliam a algo como propaganda enganosa. Em decisão unânime, eles explicaram que anúncios omitiram o fato de que tais promessas a devedores em processo de falência representam apenas uma possibilidade, não uma garantia.


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Agora, mais "comedido", esse advogado colocou um buldogue no seu site, e uma expressão não muito, digamos, técnica, para atrair seus clientes. Veja clicando aqui.

No Brasil as regras são rígidas para publicidade. Cães, por exemplo, não são permitidos...

Ministro do STJ determina devolução de 90% do valor pago de imóvel a comprador em distrato.

Fonte: Portal STJ.

Decisão de um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisões de outras instâncias
judiciais que garantiram a devolução ao comprador de 90% do valor pago por um apartamento em razão da rescisão do contrato de compra com a construtora (distrato).

A ação envolve a compra na planta de um apartamento em Águas Claras, cidade satélite de Brasília, em março de 2011. O valor do imóvel foi de R$ 212 mil, com o pagamento de um sinal, comissão de corretagem e prestação mensal de R$ 357, corrigida mensalmente pelo INCC.

Em abril de 2014, quatro meses após a data prometida para entrega do imóvel e sem qualquer previsão para o término da obra, o comprador decidiu rescindir o contrato. O total pago então somava R$ 64.196,99. De acordo com o contrato, a rescisão por desistência do comprador representaria a perda de 40% do total pago.

Inconformado, o comprador entrou na Justiça alegando a abusividade desse percentual e requerendo uma retenção de no máximo 10% do valor pago.

Na sentença, o juiz de primeira instância concordou com os argumentos apresentados ao salientar que a retenção de 10% “é suficiente para cobrir eventuais prejuízos advindos do desfazimento do negócio”, condenando a construtora a devolver 90% do valor pago, em parcela única.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Porque hoje é sexta-feira (e nós merecemos rir um pouco). Viva Marte e sua água!

Ou, nesse caso, muito.
Ainda me impressiono com a criatividade do ser humano. Alguns parvos até escreveram umas sandices, mesmo. Mas outros, acredito, inventaram deliberadamente algumas respostas que servem, indiscutivelmente, para desopilar o fígado.

São comentários sobre a descoberta de água em Marte, trazidos do G1.

Vi lá no blog Não Salvo.

Divirtam-se.








quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cirurgião plástico deve garantir êxito do procedimento estético

Fonte: Portal do STJ.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem entendimento de que a relação entre o profissional médico e seus clientes gera um contrato de “obrigação de resultado”. Conforme decisões do tribunal, o cirurgião plástico, ao oferecer seus serviços, compromete-se a alcançar o resultado estético pretendido. Caso ocorram falhas nos procedimentos ou os resultados não sejam obtidos, o cliente pode acionar a Justiça para reparar eventuais danos morais e materiais.

“De acordo com vasta jurisprudência, a cirurgia plástica estética é obrigação de resultado, uma vez que o objetivo do paciente é justamente melhorar sua aparência, comprometendo-se o cirurgião a proporcionar-lhe o resultado pretendido”, decidiu o tribunal ao analisar o AREsp 328110.   

“O que importa considerar é que o profissional na área de cirurgia plástica, nos dias atuais, promete um determinado resultado (aliás, essa é a sua atividade-fim), prevendo, inclusive, com detalhes, esse novo resultado estético procurado. Alguns se utilizam mesmo de programas de computador que projetam a simulação da nova imagem (nariz, boca, olhos, seios, nádegas etc.), através de montagem, escolhida na tela do computador ou na impressora, para que o cliente decida. Estabelece-se, sem dúvida, entre médico e paciente relação contratual de resultado que deve ser honrada”, define a doutrina.   

O Brasil apresenta, ao lado dos EUA, o maior número de procedimentos desse tipo: a cada ano são realizadas no país mais de um milhão de procedimentos estéticos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Entre as mais comuns estão a cirurgia para remoção de gordura localizada (lipoaspiração), o implante de silicone para aumento dos seios (mamoplastia) e a cirurgia para levantar o nariz (rinoplastia).

As decisões da corte sobre esse assunto estão disponibilizadas pela Pesquisa Pronta, na página eletrônica do STJ, sob o tema Responsabilidade Civil do profissional por erro médico. A ferramenta oferece consultas prontamente disponíveis a temas jurídicos relevantes, bem como a acórdãos de julgamento de casos notórios.

Continue lendo no Portal do STJ clicando aqui.

Não obstante a responsabilidade objetiva pacificada pelos tribunais nessas situações, um ponto a ser avaliado é o que o cliente/paciente esperava, ou seja, na sua opinião, ou seja, uma sensação subjetiva, o resultado pode não ser exatamente o que ele sonhava, em especial nas cirurgias faciais. Quando ocorrem lesões a questão é bem mais tranquila. Contudo, nas outras possibilidades, a controvérsia pode se instalar...

Para os médicos, um dos fatores preponderantes para evitar desconfortos posteriores é esclarecer o cliente/paciente de todos os riscos inerentes ao procedimento.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

As fantasias.


Carlos Henrique Schroeder sempre impressiona. E me impressiona porque inova, porque, de alguma maneira, se reinventa como escritor. É a sensação que tenho, na qualidade de não-especialista ou não-crítico de literatura. As fantasias eletivas trazem esse ar de inovação nessa história de vai e vem entre o porteiro de hotel Renê e o travesti Copi, uma relação improvável, com um quê de drama.

Vencedor de vários prêmios, agitador cultural no bom sentido, criador de vários festivais e feiras, escritor inovador, dele o livro que mais gostei foi Ensaio no vazio, um verdadeiro soco no estômago.

De As fantasias... escolhi alguns excertos:

"A vida é uma coleção de derrotas e vitórias emocionais que se empilhavam atrás do ego."

"Nos permitimos exibir nossos carros, a porra desses tijolões, os celulares, mas temos vergonha de fazer um carinho, dar um beijo prolongado na nossa companhia em plena rua. É o claro isolamento do afeto, do toque, do gesto. É uma espécie de ausência que torna todas as ruas de todas as cidades um pouco fantasmas, já que deixaram de ser o palco das expressões humanas para ser apenas um trajeto."

"No fim
é só o fim."

"Escrever não é divino, é humano, é triste. É uma criança numa piscina de bolinhas: a criança não sabe por que está lá: gosta, fica, brinca, é divertido. (...). Nenhuma criança quer morar numa piscina de bolinhas: é um lugar de felicidade transitória, de alguns momentos iluminados, que depois se tornam sombrios."

Relendo esses trechos, lembrei de uma Ciranda Cultural promovida pela Biblioteca Municipal de Jaraguá do Sul cujo escritor convidado foi o Schroeder. Ali ele contou que o objetivo do escritor é buscar escrever o livro perfeito, e que nunca está completamente satisfeito com o que escreve. E que o próximo terá que ser melhor.

É um pouco a vida isso, não?

Machista ou não?

O CONAR abriu processo por conta de três reclamações contra o anúncio publicitário de O Boticário, considerando-o machista. O comercial mostra a história de três casais reais que estão em processo de divórcio, sendo que no dia da assinatura do instrumento as mulheres aparecem maquiadas (e muito autoconfiantes, segundo a ideia do anúncio). O nome da campanha é "Acredite na beleza".

Será que isso é machismo? Veja o anúncio e tire suas conclusões.



Será que estamos caindo na armadilha da chatice do "politicamente correto"? Ou será que estamos sendo tolerantes com situações "engraçadinhas" e não vendo o lado obscuro, nefasto e disfarçado dos preconceitos arraigados em nossas mentes?

Página do CONAR: http://www.conar.org.br/

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Valeu, Wendell!

A vida é, de fato, uma caixinha de surpresas. Ora nos decepcionando, ora nos alegrando. Ontem foi daqueles dias divertidos de acompanhar o mundo. Não que as guerras tivessem parado por vinte e quatro horas, ou que as pessoas parassem de sonegar tributos, ou que ninguém tenha passado fome ou sede. Ontem foi diferente, de propósito ou não (e quando digo isso, penso em jogada de marketing da FIFA mesmo), porque um brasileiro desconhecido do mundo ganhou o Prêmio Puskas, de gol mais bonito do ano.

Wendell Lira, do até então (na época do gol) pouco falado Goianesia, marcou um golaço no jogo contra o Atlético-GO, e ganhou o prêmio disputado com Florenzi, do Roma, e Messi, do Barcelona. Foi evidente (e natural) sua emoção ao falar quando recebeu o prêmio, sendo tietado por vários ídolos brasileiros do esporte bretão. Foi humilde, também. Uma espécie de Davi contra Golias, segundo ele próprio, na sua manifestação na entrega do troféu.

Embora já tendo sido convocado para as seleções de base, Wendell esteve parte do ano passado desempregado, voltando a jogar futebol em time profissional há pouco tempo.

Valeu, Wendell, por demonstrar que, apesar dessa loucura de mundo que vivemos, onde o dinheiro move tudo, é possível que coisas inesperadas aconteçam!!

Abaixo o gol de ouro:

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O camaleão dos olhos bicolores.

O cara com olhos de cores diferentes estourou em 69, morreu aos 69, virou referência e era chamado de Camaleão, dadas suas transformações ao longo dos anos.

Mesmo não sendo um clássico fã, sei da sua importância na música mundial. Afinal, nos últimos quase sessenta anos todo mundo dançou pelo menos uma música dele. Na pior das hipóteses, tamborilou os dedos...

David Bowie agora pode descobrir se há vida em Marte...



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

McDonald's e o funk de putaria do seu comercial.

Relembrando as gafes de marketing do ano passado, dentre tantas, a que mais me chamou a atenção foi a utilização pelo McDonald's de um funk proibidão para lançamento de três produtos (Cheddar). E ainda com aquelas melodias que grudam, numa mistura de reggaeton com funk carioca...


Veja o anúncio (#NovinhosCheddar):




Mas, porém, contudo, todavia, entretanto... a música é uma versão de um hit dos cariocas MC Romântico e DJ Bambam, "As Novinhas Tão Sensacional". Não se pode deixar de registrar como é bela a gramática funkeira!

Confira As novinhas (se tiver criança por perto ou não quiser ouvir o baixo nível, pule para a letra a seguir):



A grosseria é essa: "Descendo com a xota prendendo no pau/Subindo com a xota prendendo no pau/Rebola com a xota prendendo no pau/Isso aqui tá gostoso, tá sensacional". Na versão do McDonald's a letra é: "Dobro de cheddar pegando geral/É cheddar mais bacon ficou genial/Batata com cheddar não tem nada igual/Derretendo gostoso, fenomenal".

No clipe oficial, que visava lançar as músicas para fora dos bailes funks (televisão, rádio), a letra muda para "Descendo, gostosa, prendendo legal/Subindo, gostosa, prendendo legal/Rebola, gostosa, prendendo legal/Isso aqui tá gostoso, tá sensacional". Eis o vídeo, com umas novinhas sem cara de novinhas (aguente se quiser):



Pelo que andei lendo na época, o McDonald's limitou-se a dizer que foi uma coincidência. Houve, inclusive, outros vídeos publicitários no Youtube com consumidores mandando mensagens de quanto gostaram das novidades, em cima do vídeo original. Os DJs, por sua vez, parece que aumentaram o valor do seu cachê.


The unbelievers.

Em português algo como Os descrentes ou Os Incrédulos (tradução oficial do filme). Assisti a esse documentário (de 2013) baseado em debates com e conversas entre Richard Dawkins e Lawrence Krauss, que contou, ainda, com a participação especial de  Woody Allen, Cameron Diaz, Stephen Hawking, Sarah Silverman, Bill Pullman, Werner Herzog, Bill Maher, Stephen Colbert, Tim Minchin, Eddie Izzard, Ian McEwan, entre outros artistas e cientistas.

Os colóquios tratam sobre a importância da ciência e da razão na consciência das pessoas e do porque discutir ciência em detrimento da religião, Dawkins, biólogo britânico, e Krauss, físico norte-americano, reconhecidos mundialmente em suas áreas, também são considerados dois dos maiores céticos (ou ateus, como queiram) que se dispõe a conversar e tratar do assunto.

Recomendo assistir o documentário, mesmo para quem é crente (no sentido amplo da palavra), eis que traz pontos de vista muito interessantes e, hoje em dia, talvez mais que em outros tempos, a reflexão é necessária. Estamos em época de Estado Islâmico e Boko Haram, entre outros fanáticos fundamentalistas, na mesma linha que a Igreja Católica estava alguns séculos atrás. Tudo isso se justifica?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

1984: pontos nada modernos e ainda atuais.

Alguns dos raciocínios do livro do George Orwell vão ao encontro do que penso sobre política. Essa história de que os políticos ou os partidos querem oxigenação do poder é pura balela. Só o querem quando não estão lá. Querem apenas o poder e quando chegam, querem se perpetuar no topo. Ou alguém pensa diferente? Raciocínio básico; nem precisa de esforço para entender como as coisas funcionam.

A diferença são os meios pelos quais se consegue se manter no poder. Naturalmente um povo
esclarecido e educado tende a querer mudar quando a repetição se torna excessiva, o que leva a outra conclusão óbvia. Alguns se mantêm no poder por meios não tão claros. A questão é diferenciar o joio do trigo ou achar que tudo é farinha do mesmo saco.

"Porque se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a grande massa de seres humanos que costuma ser embrutecida pela pobreza se alfabetizaria e aprenderia a pensar por si; e depois que isso acontecesse, mais cedo ou mais tarde essa massa se daria conta de que a minoria privilegiada não tinha função nenhuma e acabaria com ela. A longo termo, uma sociedade hierárquica só era possível num mundo de pobreza e ignorância."

"Sabemos que ninguém toma o poder com o objetivo de abandoná-lo. Poder não é um meio, mas um fim. Não se estabelece uma ditadura para proteger uma revolução. Faz-se a revolução para instalar a ditadura. O objetivo da perseguição é a perseguição. O objetivo da tortura é a tortura. O objetivo do poder é o poder."

E, falando sobre classes sociais diferentes:

"Os objetivos desses três grupos são inconciliáveis. O objetivo dos Altos é continuar onde estão. O objetivo dos Médios é trocar de lugar com os Altos. O objetivo dos Baixos, isso quando têm um objetivo - pois uma das características marcantes dos Baixos é o fato de estarem tão oprimidos pela trabalheira que só a intervalos mantêm alguma consciência de toda a e qualquer coisa externa a seu cotidiano -, é abolir todas as diferenças e criar uma sociedade na qual todos os homens sejam iguais."

Ou seja, cada um por si e ninguém por todos...

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

1984: (re) foi-se.

Com trocadilho, hehe. Depois de reler a possivelmente mais importante obra de George Orwell, uma crítica aos sistemas totalitários que se firmavam ou acabavam ao final da década de 40, vê-se que o mundo não mudou muito nestes últimos quase 80 anos. Pelo menos no que se refere à vontade humana de dominação. Ora sob o espectro social, ora sob o religioso. Como diz Lulu Santos, embora em outro contexto, "  Ainda leva uma cara/Pra gente poder dar risada/Assim caminha a humanidade/Com passos de formiga/E sem vontade...".

Alguns trechos interessantes do livro que inspirou os holandeses a criarem o reality show Big Brother:

"Enquanto eles não se conscientizarem, não serão rebeldes autênticos e, enquanto não se rebelarem, não têm como se conscientizar."
...

"'Detesto a pureza, odeio a bondade. Não quero virtude em lugar nenhum. Quero que todo mundo seja devasso até os ossos.'
'Bom, então acho que vai gostar de mim, querido. Sou devassa até os ossos.'
'Você gosta de fazer isso? Não me refiro apenas a estar comigo; falo da coisa em si.'
'Adoro.'"
...

"'Os mortos somos nós.
'Ainda não morremos.'
'Fisicamente não. Seis meses, um ano, talvez cinco anos. Tenho medo da morte. Você é jovem; portanto, em princípio, tem mais medo da morte do que eu. É claro que iremos protelá-la o máximo possível. Mas a diferença é muito pequena. Enquanto os seres humanos permanecerem seres humanos, morte e vida serão a mesma coisa.'"
...

"A privacidade era uma coisa muito valiosa. Todo mundo queria ter um lugar em que pudesse estar a sós de vez em quando."
...

"Graças ao fato de não entenderem, conservavam a saúde mental."
...

"O fato de ser uma minoria de um, não significava que você fosse louco. Havia verdade e havia inverdade, e se você se agarrasse à verdade, mesmo que o mundo inteiro o contradissesse, não estaria louco."

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Estado Islâmico em 1984.

Lendo isso, fiquei imaginando se minha associação estaria assim tão fora de contexto. Partilho com meus leitores para que tirem suas próprias conclusões:

"A guerra, como veremos, não apenas efetua a necessária destruição como a efetua de uma forma psicologicamente aceitável. Em princípio, seria muito simples usar a força de trabalho excedente mundial para construir templos e pirâmides, cavar buracos e tornar a enchê-los, ou mesmo para produzir vastas quantidades de mercadorias e depois queimá-las. Só que isso ofereceria apenas a base econômica para a sociedade hierárquica: ficaria faltando a base emocional. O que importa aqui não é a disposição das massas, cuja atitude não tem importância desde que elas se mantenham estáveis, trabalhando, mas a disposição do próprio Partido. Espera-se que o mesmo militante mais humilde mostre-se competente, laborioso e até inteligente dentro de certos limites, porém é necessário também que ele seja um fanático crédulo e ignorante e que nele predominem sentimentos como o medo, o ódio, a adulação e um triunfo orgiástico. Em outras palavras, é necessário que ele tenha mentalidade adequada a um estado de guerra. Não interessa se a guerra está de fato ocorrendo e, visto ser impossível uma vitória decisiva, não importa se a guerra vai bem ou mal. A única coisa necessária é que exista um estado de guerra".

Capítulo III - Guerra é paz
Teoria e prática do coletivismo Oligárquico, de Emannuel Goldstein
Livro base do Socing, entregue a Winston por O'Brien
(1984, George Orwell)

Talvez eu tenha exagerado na comparação, mas, tendo visto dois documentários recentemente sobre o EI, não consegui parar de pensar na forma como ocorre a manipulação sobre os jovens ansiosos por mudanças e cujos conhecimentos são - ou pelo menos me parecem ser - meticulosamente limitados à pseudo-discussões religiosas, cuja interpretação do Corão envereda pelos lados mais obscuros e duvidosos. A guerra é a paz, eis que seria assim que se conseguiria impor a sua religião ao resto do mundo...