Bacafá

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terça-feira, 21 de abril de 2009

The B 52's

Noite dessas, zapeando na televisão, vi duas reportagens sobre The B 52's simultaneamente em dois canais diferentes.

Em um deles, a matéria era sobre a banda The B 52's, precursora do new wave, e que sacudiu muita gente nas baladas nos anos oitenta. Eu sou fã dessa banda e devo ter, pelo menos, meia dúzia de LPs deles, os bons e velhos bolachões.

Foi a versão alegre a que esse nome pode se reportar.

Tem, porém, a lembrança triste do mesmo nome. A outra reportagem tratava dos aviões B 52, gigantescos bombardeiros que tiveram especial destaque na Guerra do Vietnam. Só nessa guerra, os EUA despejaram mais bombas do que todas as que foram lançada ao longo da II Guerra Mundial, segundo a reportagem. Um assombro, imagens aterradoras.


Fico eu aqui pensando com meus botões, como pode o mesmo nome reportar a tão distintas imagens: a da alegria e a da tragédia. É verdade que ainda não me acostumei com a guerra, apesar de existir desde sempre. O que me deixa incrédulo é como acontecem, ainda, já que o homem evoluiu tanto e sabe que a deputada pornô italiana Cicciolina tinha (ou tem, porque me parece que anda às voltas com a política novamente) razão: "Faça amor, não faça guerra" (se é que essa frase é realmente dela).

Acordam-me meus amigos lembrando-me: "Raphael, o dinheiro, meu caro, o dinheiro". De fato, sabemos quanto a indústria bélica fatura com uma guerrazinha aqui, outra guerrazinha ali. Afinal, são os outros que morrem, mesmo. Ah, e não se pode desperdicar, numa economia em pré-recessão, uma guerra onde os EUA se envolvam diretamente (pois em tudo em que os EUA se envolvem, os números são assombrosos), mesmo que morram alguns filhos da pátria (afinal, essas mortes são apenas efeito colateral de um resultado muito maior, seja ele qual for).

Talvez um dia, quando eu for presidente dos EUA, eu entenda o porquê dessa fissura pela guerra.

Em tempo: soube, pela reportagem acima mencionada, que o nome da banda norte-americana (é, eles não têm gente que só gosta de guerra) decorreu do apelido dos enormes topetes que as mocinhas na década de 1980 usavam - em última análise, referência aos gigantescos aviões).

2 comentários:

Anônimo disse...

Bem interessante. Uma palavra pode dizer muitas coisas, boa ou más. Por isso que devemos "medir" o que dizemos.

Bjim*

Anônimo disse...

SOBRE MINHA POSTAGEM DE HOJE, 21 DE ABRIL:

Caro Raphael!

A discórdia é salutar e imprescindível.

E respeitosamente "discordo de sua discordância". hahaha

Mas não me deixo levar por imagens de TV, em especial da Globo. Há muito tempo o MST perdeu, se é que algum dia teve, a sua função social. Não nego, entretanto, que os avanços que se deram na questão da reforma agrária, embora parcos e ineficientes, pois não fixa o homem à terra, não dá condições técnicas de uma agricultura eficiente, se deram à partir da movimentação desse movimento, bem como da Pastoral da Terra e outros movimentos afins.

Entretanto, atualmente, o MST, através de ONG´s que são criadas por seus membros, sugam os recursos destinados a cobrir essas deficiências antes citadas em benefício e enriquecimento de seus próprios membros. Para essas pessoas o que menos importa é uma reforma agrária, pois têm um "projeto de poder" e não se pode tapar o sol com a peneira, negando isso.

Sou plenamente à favor da reforma agrária, da democratização dos meios de produção, do acesso ao crédito e à tecnologia pelos agricultores que trabalham, de fato, na terra.

Mas não compactuo com a cultura de corrupção, de morte e de tomada de poder, perseguido por esse movimento, cujos líderes manobram seus membros em favor dessas causas.

Há de se encontrar ainda neste país, uma forma de fazer, de fato, uma verdadeira reforma agrária