Bacafá

Bacafá

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Publicidade para crianças deveria ser crime.

É o que penso. E, pelo jeito, não penso sozinho, embora sem tanta radicalização, como pode se ver no debate promovido no Senado:

"As crianças menores de seis anos não conseguem diferenciar conteúdo publicitário na televisão da programação de entretenimento a que assistem. Assim, essa parcela da população está mais propensa a consumir produtos anunciados, que, na muitas vezes, são alimentos não saudáveis.

As observações foram feitas pela pesquisadora do Centro de Pesquisa em Alimentação Saudável do Departamento de Nutrição da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB), Renata Fagundes, que participou, nesta quinta-feira (19), de audiência pública promovida pelas comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e de Assuntos Sociais (CAS).

Renata Fagundes informou que, de acordo com estudo realizado pelo centro de pesquisa de 2006 a 2008, quase 70% das peças publicitárias veiculadas em canais de televisão abertos e pagos são direcionadas ao público infantil. A pesquisa também mostrou que 96,7% da propaganda de comida divulgam alimentos não saudáveis.

A pesquisadora disse que as estratégias de marketing utilizam apelos emocionais - como brindes lúdicos, círculo de amizades e lazer - para aumentar o consumo de alimentos com alto teor de gordura, açúcar ou sal. Em algumas estratégias, destacou, o consumo do produto é estimulado pela oferta de brindes colecionáveis.

- A criança não começa a consumir o produto pelo produto em si, mas pela estratégia de marketing em que ele é veiculado. E a grande maioria é de produtos não saudáveis - ressaltou.
Na avaliação da coordenadora do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, Isabella Vieira Machado Henriques, a publicidade direcionada ao público menor de 12 anos é abusiva, uma vez que explora a vulnerabilidade infantil. Ela informou que, em alguns países, a veiculação de alimentos relacionados como causadores de doenças como obesidade e diabetes é controlada. Na Inglaterra, por exemplo, é proibida qualquer propaganda de alimentos com alto teor de gordura, açúcar ou sal, destinada ao público menor de 16 anos. Já na Noruega é proibida qualquer publicidade desses produtos.

Isabella Henriques informou que 30% das crianças brasileiras estão com sobrepeso e 15% são obesas. Em sua opinião, o número de obesos no país poderia diminuir de 15% a 30% caso a publicidade desses alimentos não saudáveis fosse banida da televisão. Ela destacou que o Brasil superou em grande parte o problema da desnutrição infantil e, atualmente, enfrenta a obesidade, que causa outras doenças graves."

Na mesma linha pensam os americanos, sendo que parece estar, lá, o processo de discussão mais avançado, como se vê nessa matéria do Criança e Mídia:

"Esfriou no Brasil a discussão sobre os limites da publicidade de alimentos para crianças, mas nos EUA o assunto está em pauta por conta de um projeto de lei apresentado há alguns dias na Câmara e da reação da Association of National Advertisers. O projeto de dois deputados democratas prevê poderes para que 3 órgaos do Governo - a FCC (Federal Communications Commission), a FTC (Federal Trade Commission) e o HHS (Health and Human Services) - determinem restrições à publicidade para crianças. A preocupação é com a obesidade infantil.

A FCC limitaria a quantidade de publicidade de alimentos e bebidas com determinado patamar de gordura trans, açúcar e sódio (ficaria restrita a 2 minutos por hora nos fins de semana e 3 minutos por hora nos dias úteis). A FCC também poderia proibir anúncios de alimentos "que nao contribuem para uma dieta saudável para crianças e adolescentes". Caberia à FTC decidir que alimentos e bebidas seriam afetados por essa restrição. Violar essas regras seria considerado prática injusta de comercio. A FTC decidiria também que faixas etárias podem ser expostas a que tipo de publicidade. O projeto de lei prevê ainda que o Departamento de Saúde (HHS) teria poderes para desenvolver diretrizes para publicidade de alimentos e bebidas levando em conta "a vulnerabilidade emocional... e as habilidades cognitivas (do publico infantil) para distinguir entre conteúdo comercial e não-comercial"."

Como se vê, há uma luz no fundo do túnel. Para não tornar a postagem muito longa, você pode clicar aqui e aqui para ler o que penso do assunto.

Para continuar lendo a matéria do Senado, clique aqui.

Para continuar lendo a matéria do Criança & Mídia, clique aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

*##[+ #=[+##-

Anônimo disse...

KKKKKKKKKKKKKKKK