Bacafá

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sábado, 22 de novembro de 2008

"Nós nos consideramos heróis"

Em uma reportagem narrada na primeira pessoa, o Jornal The Guardian traz a visão dos piratas do pacífico por eles próprios. O pirata somali Asad 'Booyah' Abdulahi, de 42 anos, explica suas razões para o exercício de sua atividade. No fundo, e talvez sem conhecer o personagem da literatura, sente-se um Robin Hood dos mares. É um ex-pescador que não conseguia ganhar a vida por conta das grandes embarcações estrangeiras no litoral da Somália que não permitiam uma disputa justa com os pequenos trabalhadores. Assim, iniciou sua vida de pirata em 1998 e seu primeiro butim rendeu 300 mil dólares ao grupo. Ele destaca que parte do valor vai para o financiador da operação e o restante é dividido entre os piratas. Eles dão prioridade aos navios europeus por resultarem em resgates mais valiosos.
Afirma que não fazem mal aos tripulantes dos barcos seqüestrados e que não considera sua atividade criminosa e, sim, como uma espécie de pedágio por não terem um governo central organizado na Somália controlando os seus mares.
A reportagem completa pode ser lida no The Guardian: http://www.guardian.co.uk/world/2008/nov/22/piracy-somalia
Os piratas estão se oranizando cada vez melhor. Unem-se quando há a necessidade de um ataque maior ou para proteger o resultado de um seqüestro muito grande. Nessa semana os piratas somalis exigiram um resgate de US$ 25 milhões para devolver o superpetroleiro saudita Sirius Star.

Calcula-se que nos últimos doze meses os piratas no Mar da Arábia e no Golfo de Áden (região de atividade do pirata acima nominado) faturaram pelo menos 150 milhões de dólares em resgates.

De acordo com o Escritório Marítimo Internacional (BMI), 94 navios foram atacados por piratas somalis desde janeiro. Dezessete ainda estão em poder deles.


As fotos deste texto são de Veronique de Viguerie (The Guardian), que passou um tempo com o principal grupo de piratas que opera na costa da Somália. Na primeira, alguns desses piratas, de um grupo de aproximadamente 350. Na segunda, a vista de uma praia, onde se vê um navio japonês seqüestrado.

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