Do livro não posso dizer muito, ainda, pois não o terminei. Na realidade me culpo por estar lendo
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No primeiro capítulo de A resistência o argentino fala do quanto estamos perdendo nossa humanidade, nosso caráter de humanos. O quanto esquecemos de conversar, simplesmente, com as pessoas. O quanto achamos mais bonito ver um jardim pela tela de um computador em vez de passar os pés descalços na grama. O quanto esquecemos de apreciar o céu ou as árvores no caminho para casa – nesse ponto o escritor me fez lembra os motivos pelos quais prefiro ir a pé do escritório para casa, ao meio-dia, com minha filha, em vez de voltarmos de carro. Conversamos muito mais assim, observando as casas, as ruas, os quintais. De carro, além de ser muito rápido (moramos numa cidade onde tudo é perto), a concentração no trânsito (cidade pequena não é sinônimo de bons motoristas) não permite conversas mais profundas.
E algo que me chamou muita atenção nesta primeira parte do livro foi a comparação que Sabato fez da televisão com as luzes acesas à noite. Nós estamos para a luminosidade da televisão como os insetos para a luminosidade das luzes. A televisão está nos tantanizando. E não estamos percebendo.
Mas o autor ainda tem esperança no ser humano. Tem fé que o homem possa mudar sua mentalidade e, consequentemente, mudar os rumos do seu destino. Mais do que isso: “Apesar de tudo, como é admirável o ser humano. (...) Acredito nos cafés, no diálogo, acredito na dignidade da pessoa, na liberdade.”
Bom, eu também acredito nos cafés e no diálogo. Também acredito que podemos ter um futuro melhor. Acredito que, mais cedo ou mais tarde, as pessoas de bem vão se sobrepor definitivamente às pessoas de má-fé.
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