Bacafá

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Panaceia.

Descobri o remédio para todos os males. Sem querer ser pretensioso, acredito que descobri, sim. E, sendo bem sincero, não é uma ideia totalmente original. Possivelmente nada original.

Paremos para refletir um pouco. O que mais nos aflige hoje em dia? Do que costumamos reclamar vez ou outra ou a todo instante? Não, não. Não pensemos apenas no nosso próprio umbigo, no nosso pequeno mundinho (já falei disso semana passada). Sejamos mais sociais, mais irmanados, mais solidários. Então, do que reclamamos quando pensamos na coletividade?

Muitas coisas, vocês devem estar pensando. Sim, muitas coisas.

Reclamamos de escolas públicas mal aparelhadas, com professores mal remunerados ou em greve por quase dois meses, sem merenda para as crianças, ou com uniformes novos (quando têm, afinal são pequenos modelos fazendo propagando política de graça pelas ruas da cidade), mas sem um quadro negro decente (vamos parar no quadro negro, porque aqueles modernos brancos, para pincéis atômicos já é pedir demais), um computador, uma internet.

Reclamamos da UTI em que se encontra o nosso Sistema Único de Saúde, que remunera mal os médicos, provoca filas contadas em meses ou anos para os procedimentos médicos, e onde faltam profissionais capacitados, esparadrapos, fios cirúrgicos e aparelhos modernos, e sobram desculpas e desvios.

Reclamamos do transporte urbano, que tem um aumento da tarifa para R$ 3,00 coincidentemente na mesma época em que começa um novo sistema de estacionamento rotativo pago nas vias públicas. Um transporte urbano que nem sempre cumpre seus horários (sem considerar que se o empregado chegar atrasado vai ter o salário descontado), que tem linhas e horários limitados, que em muitas cidades sequer respeita os deficientes e idosos, e que, pelo menos aqui, vive de um inexplicável monopólio.

Reclamamos da segurança pública que obriga, pelo menos a quem pode, a contratar segurança particular para que possa dormir, passear ou trabalhar um pouco (um pouco apenas) mais sossegado em relação aos bens adquiridos com o esforço do trabalho. Da segurança pública em que faltam, na delegacia, delegados, investigadores, escrivães, equipamentos dos mais diversos e até papel higiênicos, e sobram filas, reclamações, inquéritos inacabados e mais desculpas dos governantes. Da segurança pública com a corporação da polícia militar com menos soldados do que uma década atrás. Com presídios superlotados dificultando o que poderia se chamar de reeducação do apenado.

Mas, como disse, encontrei a tal solução nem tão inovadora assim. Vamos cobrar dos nossos legisladores leis claras:

- filhos de políticos eleitos só poderão estudar os ensinos fundamental e médio em escolas públicas.

- políticos eleitos e seus parentes não poderão ter plano de saúde e só poderão ser atendidos em hospitais públicos, pegando as suas respectivas senhas na mesma ordem que os demais cidadãos.

- políticos eleitos somente poderão utilizar transporte público, sendo veementemente proibida a utilização de carros oficiais para ir ou voltar de casa.

- políticos e seus parentes não poderão ter prioridade de atendimento nas delegacias de polícia e a imunidade parlamentar será extinta.

- vereadores terão salário opcional, com um limite de um salário mínimo, sem direito a 13º, 14º ou 15º, férias, ou qualquer outro tipo de abono, e deputados estaduais e federais e senadores, com as mesmas limitações, com um limite salarial de 10 salários mínimos.

Como diria Arquimedes, eureka!

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