Bacafá

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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Um bedel para a Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul.

Bedel. Nos dicionários bedel é o empregado das escolas e universidades que controla a presença de estudantes e professores. No imaginário coletivo é aquele senhor sisudo que fica de olho nos alunos que gostam de gazear aulas ou ficar circulando pelos corredores além da hora permitida.

Exemplo. Exemplo, nos dicionários, é aquilo que pode ou deve ser imitado ou copiado; de que se pode tirar proveito; um modelo; uma lição. No consciente ou inconsciente das pessoas é aquilo que se espera de pessoas que tem algum grau de ascendência ou influência façam de modo correto, adequado, louvável.

Respeito. Novamente, conforme os dicionários, ato ou efeito de respeitar; consideração. É, no fundo, aquilo que todo mundo quer, mas que todos também devem ter pelos outros.

Semana passada, nesse mesmo espaço, falei do último livro de Stéphane Hessel, “Indignai-vos”, que fala que não devemos nos acomodar e de que e existem inúmeras razões ainda hoje para nos indignarmos.

Semana passada, nesse mesmo jornal (O Correio do Povo, de Jaraguá do Sul), a colunista Patrícia Moraes adiantou um pouco da minha indignação que hoje trago aos leitores, quando tratou da chocarrice que alguns vereadores aprontaram.

Alguns nada nobres edis simplesmente saíram no meio da sessão. Os senhores Ademar Winter, Amarildo Sarti e José Osório de Ávila, alcunhado de Zé da Farmácia, simplesmente escafederam-se lá pelas vinte horas. Um pouco depois, mas ainda antes do horário regulamentar, foi o senhor Lorival Demathe que desceu as escadas da plenária em direção à rua. Eu estava lá, eu vi. Este último justificou à colunista que tinha uma reunião com a CVV. Esqueceu-se, porém, do seu compromisso com a sociedade que o elegeu.

Lamentável, deprimente e condenável. Seria cômico se não fosse muito trágico. Uma estultice sem tamanho. Uma afronta aos cidadãos. Um verdadeiro acinte não só à comunidade, mas à própria democracia, já que foram eleitos para estar lá trabalhando pelo povo!

Enquanto os senhores vereadores Ademar Possamai, Afonso Piazera Neto, Francisco Alves, Jaime Negherbon, Jean Leutprechtm, Justino da Luz e Natália Petry cumpriam suas obrigações, defendiam suas posições debatiam os rumos de Jaraguá do Sul, as cadeiras dos quatro vereadores faltantes permaneciam vazias. Chegou-se ao absurdo de os vereadores presentes não terem a quem se dirigir quando queriam falar ao líder do governo na Câmara.

Faltou, nesse episódio, RESPEITO dos senhores vereadores apressadinhos para os demais vereadores, para a sociedade como um todo e, em especial, para os cidadãos que estavam presentes à sessão. Ainda mais que havia um grande número de estudantes que foram aprender sobre política e civismo e acabaram por ver, infelizmente, desrespeito e incivilidade.

E esses alunos, também, não viram EXEMPLO por parte destes vereadores invisíveis. Sem esquecer que é o bom exemplo dos nossos governantes e legisladores que o povo espera. Nada mais justo. Que autoridade para exigir respeito têm esses vereadores doravante? Que exemplo podem dar para seus filhos e netos se não respeitam sua nobre função? Se publicamente fazem isso, dá-me medo do que fazem às escondidas.

Sugiro, então, a contratação de um bedel para controlar os vereadores fujões. Um daqueles bem brabos, já que do povo alguns ali parecem não ter medo. E também que a confirmação da presença seja feita em duas etapas. No início e no final da sessão.

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