Texto do advogado Roberto César Schroeder.
Um cidadão de bem quer a paz social e respeita seu vizinho. Um cidadão de bem, quando é informado pela polícia que o seu filho furtou algum objeto de alguém, agradece o policial e reprime seu filho, e não tenta jogar a responsabilidade pelo mau comportamento e péssima educação a terceiros, e nem passa a mão na cabeça do filho e diz que os policiais agiram com rigor, pois senão criará um marginal.
Um cidadão de bem, não faz seus vizinhos ouvirem som alto e de músicas das quais eles não querem ouvir, pois um cidadão de bem prima pelo direito individual, e que seus vizinhos possam ouvir o seu próprio silêncio. Um cidadão de bem, não faz de seu veículo um trio-elétrico, pois deve saber que cada um tem o direito de escutar o som que desejar. E se um cidadão de bem necessitar ouvir o som com um volume que perturbará o sossego alheio, então, tenho dois caminhos: ou está surdo e deve consultar um médico, ou, então, compra um fone de ouvido e causa danos apenas a si mesmo.
Um cidadão de bem, se não quer dormir, pelo menos deve deixar seus vizinhos e familiares dormir e descansar. Um cidadão de bem, se por um descuido, perturba o sossego e a paciência de seu vizinho e ele lhe informa de tal conduta, seu sentimento deve ser de constrangimento, pois não havia percebido que já estava incomodando, e que não é porque uma casa está em festa, que toda a comunidade deve curtir som e algazarra até a madrugada. Se manca.
Um cidadão de bem, quando a polícia é chamada em razão do banzé que criou, tem sentimento de vergonha, pois sabe que extrapolou exageradamente ao direito de silencio, sossego e tranqüilidade de seus vizinhos, e acata as orientações policiais, e, com humildade, pede desculpas pelo ocorrido e resume-se a sua insignificância, pois já sabe que estava na hora de parar. Agora, se pelo mesmo fato, novamente a polícia é chamada, então, aquela pessoa já não pode mais ser considerada um cidadão de bem, então, é apenas um marginal.
Devemos entender que a polícia sempre está em defesa da paz, da ordem, da coletividade e do cidadão de bem, e tem o dever de reprimir o crime e aqueles que afrontam a paz e a ordem. Logo, para o marginal, a polícia não presta e sempre alega que ela faz uso da força exagerada. Mas, deixa de mencionar que desacatou a ordem policial, que quis medir forças com a polícia, que continuou a perturbar o sossego da comunidade, que chamou a polícia para o braço ou que tentou intimidá-la com paus, objetos, facas, entre outros. Portanto, não podemos esperar que, diante destas circunstâncias, a polícia dê aos marginais em dez minutos, aquilo que os pais deles não conseguiram ao longo da vida: dar respeito e educação, pois estes são atributos exclusivos do caráter de um cidadão de bem.
Não há dúvidas de que, em prol da coletividade, da paz e da ordem, a polícia deve fazer cessar o som ou qualquer ilícito que esteja sendo praticado por qualquer marginal, mesmo que para isto seja necessário o empregado do uso da força. Afinal, se marginais não respeitam nem a autoridade policial, então respeitarão os seus vizinhos, cidadãos de bem?
A sociedade não quer ter uma polícia covarde, pois, sabe que ela é o único amparo quando mais nenhum outro meio é possível para se estabelecer a paz e a ordem. Pois, um cidadão de bem, honesto, trabalhador e de bons princípios morais, quer contar sempre com a polícia, e não acredita que marginais possam retirar a credibilidade da segurança pública, pois certamente, algum dia, nós seremos os vizinhos de algum marginal.
4 comentários:
dificil eu me manifestar mas como o caso é de segurança publica... bom.. Raphael... eu concordo plenamente e acredito que já haviamos conversado sobre isto, o problema em grande parte tbm se deve a midia que nunca coloca a história por completo e sim vai direto ao resultado, parece que esquecendo a ação, e somente focando a reação da policia, que claro na força deve ganhar sempre.. se chegar a ao extremo como vc mesmo disse, nós queremos que ganhe... mas é só um desgramado desse falar "apanhei da policia" pronto tem até capa no jornal, ai um mes depois este mesmo jornal reclama da falta depoliciamento em frente as "baladas" de jaraguá do Sul, o que resultou na morte de alguem e blah blah... para né..
Realmente está complicado hoje em dia esta questão da falta de educação e respeito aos direitos do próximo. Estes jovens estão o tempo todo com seus carros cheios de alto falantes e abrindo os porta-malas, fazendo com que todos tenham de ouvir suas "músicas". E não respeitam sábados, domingos, nada. Todos que se sujeitem a esta imbecilidade. São uns cretinos sem educação e depois quando alguém chama a polícia, ainda querem engrossar. Sou contra a violência da polícia sem necessidade, mas também não dá de aceitar qualquer bêbado querendo desafiar a polícia, fala sério.
Cidadão de bem? Realmente queremos respeito, mas, por favor, utilizar de tamanha covardia por parte dos policiais também já é extrapolar! Muitos reclamam da falta de respeito dos jovens, porém, alguém já tentou respeitá-los também? Os tempos mudam os valores e a moral e isso tem não a haver com gostar ou não, mas sim o fato de que mudanças na sociedade são inevitáveis.
Sinceramente não me sinto nem um pouco seguro com os policiais, até por que não sei se eles estão aqui para proteger ou para apenas se aproveitar de sua posição. Milícias e politicagem boa coisa não saí dessa mistura, não defendo a violência e a falta de educação das pessoas, mas, é melhor deixarmos de ser sonhadores e tolos, a polícia já se contaminou com a corrupção faz tempo! E aí meu caro não vale o Cidadão de Bem, mas sim o Cidadão que “tem”.
Paulo, Rogério e Anônimo, são dois lados da mesma moeda. Dentro de uma corporação, assim como de qualquer entidade, sempre há os que não honram a farda. O grande problema é que justamente por estarem fardados - e armados - causam um estrago, um desconforto e um medo muito grande. Ainda mais quando notícias de exageros por parte da polícia começam a se tornar rotina. Por outro lado, há, sim, os cidadãos abusados e que querem enfrentar sem motivos e sem pensar as autoridades. Contra esses, os cidadãos querem os rigores da polícia (que não significa exageros e nem abusos de autoridade).
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