Bacafá

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ensaio do vazio.

O livro estava lá em casa há algum tempo. Já tinham me falado que era uma obra forte. Li. E li numa tarde, com alguns intervalos para tomar fôlego.

"A vida é uma sequência de decepções, o intervalo entre o nascimento e a morte."

Carlos Henrique Schroeder supera os dogmas e preconceitos nesse seu Ensaio do vazio. A história de um artista plástico, hedonista ao extremo, casado com uma palestrante de auto-ajuda e amigo de um poeta fracassado, prende. Pessimismo e calhordice da vida real em tons nada coloridos.

"O caminho dos derrotados é o mais tortuoso dos destinos."

Não é bem um soco no estômago, como me disseram. Em certos momentos é um chute nas partes mais baixas. Sem aviso.

"E o profeta, o criador, estava na minha cozinha. Com seus poderes transformou cachaça em fogo e olhares risíveis em sexo plausível; um pequeno acidente num evento memorável."

Recomendo.

"O tempo é o antídoto do amor, o amor é o do vazio, mas paradoxalmente o tempo só agrava o vazio que nos acomete."

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