Bacafá

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sábado, 26 de dezembro de 2009

Indignação.

Livro de Philip Roth. Por sugestão do André, da Grafipel, li Indignação, embora já avisado de não estar entre os melhores livros dele.

Ainda assim, os dilemas da vida do filho de um açogueiro koshner, Marcus Messner, que procura se salvar da Guerra da Coréia tentando se manter em uma universidade e se dedicar ao máximo são bem retratadas pelo escritor. Das brigas com os colegas de quarto, discussões com o diretor da Universidade e inusitada iniciação sexual, tudo passa num repentino turbilhão na curta vida do estudante.

Tais dilemas continuam durante sua morte:

"Será que a eternidade serve para isso, para que meditemos sobre as minúcias de toda uma vida"?

"Tal como na vida, só sei o que é, e na morte o que é vem a ser o que era. Você não está acorrentado à sua vida somente enquanto vive, ela continua grudada em você depois da morte. Ou, quem sabe, isso talvez só ocorra comigo."

Suas certezas também são, no fundo, dúvidas, como as questões religiosas, recorrendo a Bertrand Russel para se impor:

"Se tudo precisa ter uma causa, então Deus precisa ter uma causa. Se é possível existir alguma coisa sem uma causa, tanto pode ser o mundo quanto Deus."

E ainda há os pensamentos menos compassivos de sua mãe:

"Porque a fraqueza de outra pessoa pode destruí-lo tanto quanto sua força. As pessoas fracas não são indefesas. A fraqueza delas pode ser sua força."

E de tudo que foi dito, gostei especialmente desta (que nem do personagem principal é):

"Ah, como é asquerosa a ignorância que vocês tem de seu próprio tempo!"

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