Bacafá

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sexta-feira, 20 de março de 2009

Fitzgerald e Tom Cruise

Não me lembro de ter lido Francis Scott Fitzgerald antes. Até talvez tenha, e se aconteceu, por certo não me marcou. Mais uma vez por indicação do Gelson Bini, da Grafipel, trouxe, numa das visitas à livraria, uma obra deste escritor norte-americano, do começo do século passado, afetado por um estilo de vida de bon vivant e extravagante. Ainda assim, escreveu bem. Segundo John O'Hara, o "melhor escritor do que todos nós juntos".


Pois bem, nesse final de semana que passou, apesar de outros livros com a leitura em andamento, peguei o de contos de Fitzgerald e li dois deles: O diamante do tamanho do Ritz e Bernice corta o cabelo. Este segundo não impressionou tanto, mas o primeiro já me fez gostar do autor e, com tempo, procurar mais de sua obra. Apesar de gostar de viver em altas rodas, este conto é uma crítica bem humorada à alta sociedade. E, se considerado que escrito em 1922, de uma criatividade absurda. Afinal, quem imaginaria uma família ser proprietária de um diamante do tamanho do Hotel Ritz? Ou de qualquer outro hotel... Poderia ser mais uma daquelas Amazing stories que apareciam no antigo seriado de TV.


E o final de semana terminou no cinema com o filme Operação Valquíria. O mais impressionante é ir ao cinema sabendo o final do filme. Trata da história de uma tentativa de golpe contra Adolf Hitler, realizada por oficiais do próprio sistema nazista. E todo mundo sabe que não certo, tanto que a guerra demorou quase mais um ano e o cavaleiro do apocalipse se suicidou para não ser pego.

Mesmo assim o filme é tenso, com uma sensação de que a qualquer momento as coisas, que aparentavam estar dando certo (apesar do que a história nos contou), poderiam degringolar. E degringolaram, como era esperado. Vale a pena, contudo. E nos faz pensar: como seriam as coisas se o atentado a Adolf Hitler tivesse dado certo (esse ou uma das outras 14 tentativas dos próprios alemães)? E se os nazistas tivessem vencido a guerra?

Uma das coisas mais inexplicáveis, no meu ignorante e quase lúdico modo de ver a vida, é a guerra. É onde as pessoas que planejam simplesmente mandam inocentes matar inocentes sabendo que se não matarem vão morrer. É a ética ao avesso ou avesso da ética. Depende de que lado do cano fumegante você esteja.

Pensando bem, talvez o conto de Fitzgerald (O diamante do tamanho do Ritz) nos dê uma idéia dos motivos de uma guerra. Talvez.

3 comentários:

Anônimo disse...

Se você gostou de O diamante do tamanho do Ritz, leia O grande Gatsby. Para mim sempre será uma das grandes obras da literatura norte-americana.

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A.

Alline disse...

Nunca li Fitzgerald, mas fica tua indicação. Sempre haverá autores que não lemos e isso é ótimo, é sinal de que há muito que descobrir por aí e não devemos parar.
Brigada por me lembrar disso, Raphael. Beijo pra ti!

Raphael Rocha Lopes disse...

Realmente o Grande Gatsby é considerada uma das grandes obras da literatura moderna. Obrigado pela dica, Anônimo.