Bacafá

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Consumo desenfreado.

Texto de Carla Niehues.

Desde sempre e para sempre existirá o consumo. Mas por que esse tema vem sendo discutido com tanto fervor e importância nos últimos tempos?

Nossos pais, avós e muitas outras gerações anteriores já viviam em torno do consumo. Entretanto, no século em que vivemos, o consumo passou de um detalhe para um problema. Com a força que a mídia exerce sobre o público, estão cada dia mais claros os fatores que impulsionam as pessoas a querer comprar, a querer ter determinado produto. É inserido no psicológico de cada um que é com aquele produto que tudo irá mudar, que com aquilo se terá sucesso e conseguirá tudo o mais que se deseja na vida. Isso é claramente visto em anúncios publicitários tanto para adultos quanto para crianças que, com sua falta de discernimento, sonham e passam dias implorando aos seus pais aquela boneca ou aquele carrinho que viram fazendo coisas inacreditáveis. Mas ainda pior é vermos adultos, homens e mulheres crescidas, sendo hipnotizados por esses anúncios, acreditando que a partir do momento que comprarem aquele carro, aquela roupa ou estiverem usando determinada bolsa ou sapato estarão felizes e inseridos na sociedade. E é isso que a mídia, infelizmente, expõe para o público, não só em torno de produtos desses gêneros, mas também sobre padrões de beleza e comportamento.

Prega-se o corpo perfeito, esse que, na realidade, nem existe. Mulheres e homens com corpos, inteligência e educação inimagináveis, fazendo, assim, com que passem a buscar a personalidade ideal, uma pessoa com as características desenhadas por um personagem que só existe dentro de uma caixinha colorida chamada televisão, que se transforma em uma maquina de ilusões. Pois quando nos comportamos ou nos sentimos como aquele personagem, porque estamos falando da mesma forma, estamos vestidos da mesma maneira, nos sentimos nós mesmos, como se realmente fôssemos. As revistas que vemos nas bancas são um reforço a tudo isso, idéias novas a cada semana de como emagrecer, dicas para se tornar a pessoa perfeita, como se vestir adequadamente. Bom senso é fundamental e vai de cada pessoa.

Apesar de ser adoradora e apreciadora de moda, tenho que admitir a grande influência dessa máquina sobre as pessoas e sobre seus consumos, pois é a partir da moda que descobrimos o que é “tendência”, o que é certo ou errado, o que é “in” ou “out” e assim por diante, o que não quer dizer que dessa forma é que tem que ser. A moda prega muito além do que vai ser a cor preferida na próxima estação, ela mostra, ela faz acontecer. E com a explosão dessa moda, que todos devem entender, conhecer e saber, a pressão é ainda maior, pois não são somente as pessoas que conhecemos como profissionais do ramo da moda, mas muitas pessoas que consideramos normais, que querem dar suas opiniões, querem ditar moda e se tornar referência. Não são mais só as chamadas celebridades que desfilam por aí e que são usadas como exemplos.

O consumo não é o vilão de tudo isso, pois faz a roda da economia girar. O que estou declarando aqui é que o errado na história é o consumo exagerado e sem limites, as proporções que uma campanha ou somente uma imagem podem gerar.

4 comentários:

Luks Vieira disse...

Fico besta quando vejo as pessoas quase que hipnotizadas pelo marketing ao ponto de não enxergar a real necessidade que ronda a sua vida.
Att.,
Luks

Gustavo disse...

Legal Carla. A exemplo do Hinduísmo que acredita que esta incessante busca pelo consumo, parecem nos aprisionar em uma roda interminável de angústia,pois, no momento em que passamos a possuir ALGO ou ALGUÉM, automaticamente plantamos em nós a semente da PERDA iminente. Isso gera sofrimento,e pessoas eternamente insatisfeitas.
Um dos males deste século .

Eli Paulino disse...

Muito bom o texto, nos faz refletir. O problema está na mídia, se analisarmos damos muito valor ao que aparece na mídia. Se em uma novela aparece uma atriz com alguma vestimenta diferente, isso gera uma imensidao de consumo daquele produto...não entendo isso, será que algum dia vamos acordar?

Parabéns...

Fernanda disse...

AhÊee Carlinha, arrasando no BACAFÁ! Daria para fazer uma reflexão inversa sobre o assunto também, não achas? Sobre os modismos favoráveis, sobre as imitações positivas e por aí vai. Gostei, gostei mesmo... tô encaminhando para uma meia duzia de leitores que precisam saber disso. Beijos. Fer