Bacafá

Bacafá

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Você não sente?

Você não sente, de vez em quando, uma sensação de mesmice? Você não acha, de vez em quando, que a sua vida está muito comum, muito cotidiana, literalmente? Você não se sente normal demais, com uma vida normal demais, com um trabalho normal demais, com relacionamentos normais demais, com atitudes normais demais? Com ideais e pretensões normais demais?

Você não tem vontade de mudar? De encontrar uma pessoa legal (eu, por exemplo) e virar, mudar, fazer coisas que não pensou fazer antes? De beijar por beijar, mas beijar com emoção, com paixão, com tesão? De amar muito, mas amar sem hora, sem forma e de todas as formas? De curtir, efetivamente curtir, a vida? De viver, não sobreviver, mas viver para ter o que contar para os seus (nossos?) filhos e netos?

Não aspira fazer coisas diferentes, eminentemente diferentes, absurdamente diferentes, lindamente diferentes? Não simplesmente pegar um cinema no meio da semana, mas pegar um cinema no meio de uma tarde do meio de uma semana com uma pessoa que você queira ficar de mãos dadas esquecendo toda a pilha de serviço em cima de sua mesa de trabalho? Não simplesmente ir a uma praia que não conhece, mas ir a uma praia que não conhece num dia de chuva, sem hora pra voltar?

Largar essa vidinha medíocre civilizada, realmente não sente vontade? Jogar tudo pra cima e sair correndo pra não cair na sua cabeça? Ter uma aventura de cinema, um final de semana fugindo, um apocalipse inesperado, um amor visceral e eterno, uma viagem especial ou espacial inesperada?

Então por que não faz tudo isso? Por que não vive com toda sua intensidade? Não se prenda às formalidades dessa vida pseudonormal!! Esqueça as insignificâncias da vida e as pessoas insignificantes que só atrapalham!! Não se prenda a erros do passado, seus ou dos outros. Dê uma chance se você sentir que essa chance vale muito e quem a pede é quem você ama. Não se esconda atrás de medos ou de “se’s” do passado. Se isso, se aquilo, se aquiloutro. O que foi, foi. Não faça do passado uma desculpa pra não ser verdadeiramente feliz (dois passos para trás muitas vezes significam um grande pulo pra frente). Enxergue na frente, enxergue pra frente. Exija intensidade, força, brilho. E seja intensidade, força e brilho.

Viva, viva e viva intensamente, como se amanhã fosse simplesmente uma hipótese. E durma feliz.


Texto de Irina Ahcor.

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