Bacafá

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Trabalho escravo em Santa Catarina.

O Ministério Público Federal em Joaçaba, no oeste de Santa Catarina, denunciou dois empresários pela prática de redução de 60 trabalhadores indígenas a condições análogas a de escravos, no município de Herval do Oeste.

Os dois empresários se utilizaram de um aliciador de mão-de-obra (“gato”) para atrair vários indígenas da Terra Indígena Chapecó, município de Ipuaçu, para trabalharem com corte e desgalho de pinus e eucalipto em uma propriedade rural em Herval do Oeste. Aos trabalhadores não eram dadas condições mínimas de higiene, segurança e alimentação.

Conforme a denúncia do MPF, os índios viviam em um barraco sem energia elétrica, sem camas e com goteiras. Para dormir, utilizavam espumas sobre estrados de madeira, enquanto outros dormiam no chão. No inverno passavam muito frio e no verão queimavam panos dentro do barraco para espantar mosquitos e insetos.

Os trabalhadores, índios kaingangs, não tinham água tratada, sanitários ou esgoto nem chuveiro. Tomavam banho, lavavam a roupa e bebiam água do mesmo açude, que ficava próximo ao barraco. A comida era trazida semanalmente pelo aliciador, que era o preposto dos proprietários do local.

Tinham jornada semanal de 53 horas e não possuíam nenhum equipamento de segurança. Único acessório para o trabalho eram botas, que mesmo assim eram cobradas dos trabalhadores.

Nenhum deles tinha contrato de trabalho nem anotações na Carteira de Trabalho. Apesar de não serem impedidos de deixar a localidade, alguns deles, que ficaram por último na fazenda, somente recebiam o pagamento quando o último liberado retornasse à propriedade. Dessa forma os denunciados garantiam a permanência mínima de trabalhadores no local.

Fonte: Portal do Ministério Público Federal.
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Costumamos achar que esse tipo de coisa ou é dos séculos passados ou que só acontece nos interiores de outros Estados.

Santa Catarina tem alguns dos melhores índices de cidadania do país, mas ainda assim nos deparamos com situações absurdas como essas, onde o desrespeito ao ser humano é a mola mestra do enriquecimento de algumas pessoas.

O único jeito de mudarmos isso é não nos calarmos quando vemos fatos como estes ou fatos como aqueles na capital federal. A diferença é que para aqueles fatos falamos pelas urnas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nas aulas de Direito do Trabalho, costumamos iniciar nossos estudo com a parte histórica, e como marco inicial da evolução, delimitados a escravidão...após concluído tal estudo, os debates ficam voltados a questão da atual escravidão, ainda existente e de forma deplorável...incoerente estabelecer a fase inicial da evolução do trabalho em um fator tão próximo da nossa realidade...
é revoltante...