Bacafá

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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Contos de quinta: Tão longe e tão perto.

Depois de um longo inverno e verão, os Contos de quinta voltam. Nesse reinício, a autoria do conto de hoje é de Gabriela Maia Lopes.

Tão longe e tão perto

O ano era 1882, interior de Minas Gerais, uma vila com casas simples, mas que tinha uma que chamava a atenção de quem ali passava: era pequena, de cor vermelho berrante, com porta e janelas simples. Adentrando a casa viam-se poucos móveis: uma cama, mesa com duas cadeiras e uma mesinha com um jarro de flores. Era meio escuro ali, pois os pedaços de pano que foram colocados como cortina não deixavam muitos raios solares passar.

Naquela casinha vivia uma jovem moça, estava sempre sozinha e de cabeça baixa, triste, pois apesar de ter sido casada e feliz um dia, foi acusada de não servir ao marido como uma boa esposa. Os poucos direitos foram embora junto com o sujeito, agregado a sua dignidade. Mulher alguma merecia aquilo.

Fazia uma bela manhã, a jovem estava arrumando e rearrumando sua cama quando alguém bate a sua porta desesperadamente. Assim que abre, rapidamente um homem bem trajado lhe convidou para uma experiência que mudaria sua vida; contudo, não poderia contar a ninguém sobre o assunto.

O homem a levou para uma sala escura e sem janelas havia somente uma alavanca, e quando esta foi acionada, nada aconteceu. A jovem, indignada com a situação, saiu da sala para falar com o tal homem, mas ele não estava mais ali, nada estava do mesmo jeito de quando ela chegou. Então, percebeu lentamente que estava num lugar onde as pessoas andavam rapidamente, chamando-a. Homens e mulheres a tratavam como princesa, estava no centro de todas as atenções; flashes de câmeras vinham por toda parte. Ela era a mulher que todas as outras queriam ser, ela tinha conquistado algo jamais imaginado por alguém: a presidência da república: supremacia máxima para uma jovem moça que antes não tinha direito algum.

De repente tudo ficou em silêncio, era incrível como uma mulher conseguira fazer uma multidão de mais de mil pessoas se calarem para ouvir tudo o que tinha a dizer, sentia-se tão sabia! Finalmente terminou seu discurso, o povo foi ao delírio, foi deixando o palanque acenando e sorrindo para todos, mas tropeçou em sua própria perna e caiu. Algumas dezenas de pessoas foram a ajudar. Ela abriu os olhos, sentou-se e colocou a mão na testa. Fora o mais estranho e excitante sonho que tivera.

3 comentários:

Kauana disse...

Muito bom!!!

Alexandre disse...

Em outra ocasiao já falei a Gabi que ela tem potencial.
Voces dois se juntando, pode sair uma 1º volume de contos ....

Abracos,

Marilene disse...

Muito bem, Gabriela
Gostei muito do conto. Vou ficar sedmpre ansiosa pelas quingtas-feiras.
Um beijo da vó Marilene.