Uma das boas consequências dos protestos pela melhoria dos transportes públicos foi o aumento de pressão contra os automóveis particulares - o que facilitou o anúncio da prefeitura de colocar mais corredores nas principais vias da cidade.
Prepare-se. motorista: para quem tem carro a cidade já é um inferno, e só vai piorar.
A população( e com boas razões) não quer mais impostos, afinal a carga é alta e se tem a sensação (correta) de que o dinheiro público é desperdiçado.
Mas o fato é que para melhorar o transporte público é necessário ter menos carros nas ruas (quase todos concordam). E para investir nas melhorias o dinheiro tem de sair de algum lugar (e não pode ser do aumento indiscriminado dos impostos). Mais sensato cobrar de quem usa a rua.
Mais cedo ou mais tarde, alguém vai ter a coragem, apoiado por segmentos expressivos da população, de propor o pedágio urbano, destinando 100% do que for arrecadado para a melhoria da mobilidade urbana. De quebra, serve como combate à poluição.
É daquelas ideias que hoje provocam horror nos políticos.
Mas, como vimos agora, o levante das ruas é capaz de mudar as ideias e apressar soluções.
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Aliás, o aumento do imposto para quem consome gasolina (a Cide) já é um tipo de pedágio urbano camuflado.
O preço exorbitante dos estacionamentos também é pedágio urbano, com a diferença que o dinheiro vai apenas para empresários.
Texto de Gilberto Dimenstein no Portal da Folha de São Paulo.
Tenho falado disso já há algum tempo... É uma possibilidade que deve ser levada a sério, ainda que impopular. Uma maneira, como disse o texto, de estimular o transporte coletivo.
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