Bacafá

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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Admirável velho mundo novo.



Esta última segunda-feira, em mais um capítulo das palestras e debates sobre governança corporativa promovidos pela Associação Empresarial de Jaraguá do Sul – ACIJS (diga-se de passagem, interessante e importante iniciativa desta Diretoria no que concerne à contribuição aos seus associados para reflexão e aprendizagem no mundo empresarial), os presentes na plenária foram brindados pelas palavras do executivo e advogado Gerd Edgar Baumer.

Mais do que sua experiência sobre governança corporativa ou sucessão na gestão empresarial, tema da noite, o senhor Gerd Baumer demonstrou como a atenção, o foco, a preparação, o respeito e a transparência são importantes para a sobrevivência de uma empresa e para o relacionamento entre as pessoas. E tudo isso sem seja necessário perder a simplicidade.

Ao falar dos pequenos que visitam seu escritório, que alguns chamam de museu, segundo ele, e se espantam com a máquina de escrever sem a tecla “delete”, o senhor Baumer me fez lembrar das máquinas de escrever do meu pai que eu gostava de brincar, nas quais eu aprendi a datilografar (verbo que está em desuso). Quem lembra dos cursos de datilografia? E dos lápis borracha ou fitas especiais para apagar os erros datilográficos? Minha filha também se divertiu muito em uma dessas máquinas de escrever.

As palavras do senhor Baumer também me levaram a uns 13 ou 14 anos atrás quando minha filha, aos quatro ou cinco anos, “descobriu” os discos de vinil ou lps ou long play. “O que é isso, pai?” Foi na casa de praia dos meus pais, e eu peguei aquele “cd gigante de dois lados” e coloquei no toca-discos. E ela dançou com as músicas que eu e meus irmãos ouvíamos na infância do Balão Mágico, Trem da Alegria, Fofão, entre outros que não lembro agora. E escutou meus discos de adolescente da Blitz, Titãs, RPM, The B52’s, Michael Jackson, Midnight Oil, Hoodoo Gurus, entre tantos outros. Hoje, com um aparelho que toca estes “cds gigantes e pretos” lá em casa, volta e meia coloco algum bolachão para ouvir. Não consegui livrá-la completamente desses pseudo-sertanejo e pseudo-pagode que tocam hoje em dia, travestidos de universitários, mas ela conhece tanto os eruditos clássicos como Vivaldi e Bethoven como os clássicos do rock nacional e internacional.

A palestra do senhor Baumer lembrou-me também um livro do escritor argentino Ernesto Sabato, quando disse que hoje em dia as pessoas estão conectadas o tempo todo e boa parte da juventude se fala apenas pelos computadores, tabletes ou telefones celulares.

Sabato dizia, por exemplo, que a televisão nos tantaniza. Que ficamos na frente daquela tela brilhante como as mariposas ou mosquitos ficam se batendo na luz. Acredito eu que em alguns momentos nosso cérebro é cegado pelos raios de luzes e cores que saem das telas das televisões cada vez maiores.

Os sábios senhores Baumer e Sabato nos lembram que é importante termos tempo para apreciarmos o que está a nossa volta, sem aquela pressa e urgência que a tecnologia nos impôs. Quem hoje caminha com calma pelas nossas ruas e admira uma árvore, uma flor ou mesmo a forma de uma nuvem no céu?

Aproveito, encerrando, para fazer uma pergunta que me chamou a atenção paradoxalmente na internet: quando foi a última vez que você fez alguma coisa pela primeira vez?

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