Bacafá

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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

1984: (re) foi-se.

Com trocadilho, hehe. Depois de reler a possivelmente mais importante obra de George Orwell, uma crítica aos sistemas totalitários que se firmavam ou acabavam ao final da década de 40, vê-se que o mundo não mudou muito nestes últimos quase 80 anos. Pelo menos no que se refere à vontade humana de dominação. Ora sob o espectro social, ora sob o religioso. Como diz Lulu Santos, embora em outro contexto, "  Ainda leva uma cara/Pra gente poder dar risada/Assim caminha a humanidade/Com passos de formiga/E sem vontade...".

Alguns trechos interessantes do livro que inspirou os holandeses a criarem o reality show Big Brother:

"Enquanto eles não se conscientizarem, não serão rebeldes autênticos e, enquanto não se rebelarem, não têm como se conscientizar."
...

"'Detesto a pureza, odeio a bondade. Não quero virtude em lugar nenhum. Quero que todo mundo seja devasso até os ossos.'
'Bom, então acho que vai gostar de mim, querido. Sou devassa até os ossos.'
'Você gosta de fazer isso? Não me refiro apenas a estar comigo; falo da coisa em si.'
'Adoro.'"
...

"'Os mortos somos nós.
'Ainda não morremos.'
'Fisicamente não. Seis meses, um ano, talvez cinco anos. Tenho medo da morte. Você é jovem; portanto, em princípio, tem mais medo da morte do que eu. É claro que iremos protelá-la o máximo possível. Mas a diferença é muito pequena. Enquanto os seres humanos permanecerem seres humanos, morte e vida serão a mesma coisa.'"
...

"A privacidade era uma coisa muito valiosa. Todo mundo queria ter um lugar em que pudesse estar a sós de vez em quando."
...

"Graças ao fato de não entenderem, conservavam a saúde mental."
...

"O fato de ser uma minoria de um, não significava que você fosse louco. Havia verdade e havia inverdade, e se você se agarrasse à verdade, mesmo que o mundo inteiro o contradissesse, não estaria louco."

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