Li um livro interessante este final de ano. Contra um mundo melhor - ensaios do afeto (editora LeYa, 1a ed.), do filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé. Instigante, provocante e, o pior, com muitas coisas que eu concordo. Como gostei, vou compartilhar alguns pensamentos com meus leitores hoje e outros ao longo da vida. Tem coisa contundente. Concordo com algumas. Mas não se levem tão a sério. Nem quando a carapuça servir, ok?
"O que nos humaniza é o fracasso, homens e mulheres muito felizes não são homens e mulheres. Tenho medo de pessoas muito felizes. A consciência trágica, seja ela cósmica, seja miserável miúda e cotidiana, determina o horizonte onde se move o humano."
Eu tenho medo de pessoas lineares (que nunca se alteram, comedidas demais) e das que querem parecer muito certinhas.
"Segundo alguns sábios, a preguiça seria uma espécie de ceticismo da matéria, do corpo."
Aqui entre nós: é o segundo melhor dos pecados, né? Principalmente domingo de manhã com chuva.
"Todos são preocupados em construir um mundo melhor e suas carreiras profissionais. E como quase todas são pessoas feias, fracas e pobres, sem ideias e sem espírito inquieto, nada nelas brota de grandioso, corajoso ou humilde."
E o melhor:
"O grande escritor pernambucano Nelson Rodrigues costumava falar que vivemos numa época dominada pelos idiotas. Quem são esses idiotas? Como reconhecê-los? O que eles costumam falar? Antes de tudo, eles são maioria esmagadora e, como a democracia é um regime fundamentado na maioria, são vencedores pela simples força numérica. A luta contra os idiotas é uma batalha perdida. Falam demais. Acreditam que, apenas porque têm boca, podem emitir opiniões sobre tudo. Como viraram engenheiros e médicos e professores, porque o "conhecimento" virou ferramenta de ascensão social, hoje os idiotas têm diplomas."
Oh vida cruel...
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