Bacafá

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Trinta e quatro anos sem o Poetinha. E viva a Arca!!

Hoje faz trinta e quatro anos que se foi Vinicius de Moraes, o Poetinha. Acredito que meu primeiro contato com ele foi com um especial infantil da Rede Globo, A Arca de Noé, e com a fita cassete que ganhei dos meus pais pouco depois. Inclusive encontrei essa fita dias atrás, entre uma caixa de K7 que eu tinha esquecida por aqui. Infelizmente estava sem a caixinha original e a respectiva capa. Mas está aí a raridade:


Divertidas poesias musicadas cantadas até hoje: O pato, A porta, A casa, A pulga, Corujinha, entre tantas outras. Deve ter sido lá no ano 1980. Clicando aqui se tem uma amostra dessas músicas. A Gabriela quase vinte anos depois também escutou A Arca.

Mas Vinicius não era só música e poesia infantis. Diplomata, jornalista, boêmio, enveredou pela arte acompanhado de grandes parcerias, como Tom Jobim e Toquinho para citar apenas dois. Trabalhou com literatura, música, teatro. Passou por várias fases, vários estilos.

Soneto da devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!



E tem mais.

As mulheres feias que me perdoem, mas beleza é fundamental. É preciso que tudo seja sem ser. É preciso, é absolutamente preciso, que tudo seja belo e inesperado. (parte da poesia Receita de Mulher).

Ou: