Bacafá

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Da amizade.

Recomeçando o ano, vou falar um pouco da amizade. Muita gente já divagou sobre a amizade. Pessoas infinitamente mais gabaritadas do que eu. Escritores, filósofos, poetas e por aí vai. Segundo o Aurélio, amizade é um substantivo feminino que significa “sentimento fiel de afeição, apreço, estima ou ternura entre pessoas”. Nada como ter alma feminina para representar um sentimento tão nobre.

E tenho certeza que os leitores estão pensando, agora, em seus amigos, ou em quantos amigos possuem, ou quais dos amigos são “verdadeiramente amigos”, daqueles em quem se pode confiar ou buscar nas horas mais difíceis ou nefastas.

Dizem por aí que amigos de verdade se contam nos dedos de uma mão só. Se essa for a média verdadeira, acredito que sou um cara privilegiado. Contei bem mais de cinco amigos e amigas que, não tenho qualquer sombra de dúvida, me acudiriam nas horas mais impróprias. E a maioria deles sequer perguntaria o que eu estava fazendo ali (claro que depois provavelmente viria a bronca digna dos verdadeiros amigos; mas só depois de ter sido salvo da forca).

Entretanto, hoje não resolvi escrever sobre a amizade por causa dos meus velhos e bons amigos do tempo de adolescência que se encontram pelo menos uma vez por ano há mais de 20 anos. Houve uma época que nos encontrávamos nas festas de casamento; houve vezes que eram dois, três ou quatro casamentos no mesmo ano. Embora a fase dos casamentos tenha passado, nós continuamos nos encontrando uma ou duas vezes por ano. Os velhos amigos da época do segundo grau (ou o atual ensino médio), com as mesmas histórias de sempre e uma ou outra novidade por conta das novas aventuras agora na pele de pais.

Mas, como disse, não foi por causa desses meus amigos-irmãos que resolvi escrever. Foi por conta da surpresa. De agradável surpresa, registre-se.

Estive em viagem com minha filha e minha namorada. E mais um grupo considerável. Particularmente não sou muito afeito a viagens em grupo com pessoas que não conheço. Mas como havia uns quatro ou cinco, além das duas, que eu conhecia, arrisquei. Foram pessoas mais velhas do que eu e uma meninada no ápice da sua adolescência (aborrescência para alguns).
Aprendi duas coisas. A primeira delas, em realidade, vivo reaprendendo todos os dias: cuidar com o preconceito, ou com o pré conceito. Um conceito premeditado, sem fundamento, sem referência. Um achismo. Eu achava que juntar seis ou sete adolescentes numa mesma viagem seria uma turnê pelo purgatório. Enganei-me. Pelo menos com esses adolescentes não foi. Tranqüilos, educados, respeitadores, inteligentes e até divertidos. Claro que volta e meia tinham suas adolescentites. Tudo puramente normal. Os adultos – eu inclusive – também as têm. Aos pais destes adolescentes deixo meus parabéns porque, pelo menos longe deles, souberam se comportar tranquilamente.

A segunda foi sobre ser feliz. Conheci a Márcia. Mãe de uma amiga. E eu imaginei que a idade fosse um limitador. Outro pré conceito. Embora realmente possa ser, não é regra e não foi o caso dela. Colocou a molecada e outros adultos no bolso. Duas semanas sem ver uma sexagenária (Márcia, desculpe-me, essa referência parece coisa de velho) reclamar de nada, brincar com tudo e participar com todos, inclusive das montanhas russas. Foi o exemplo da viagem.

E eu ganhei novos amigos. De todas as idades.

Um comentário:

Marina Carla disse...

Que maravilha essa chance que você mesmo se deu!
Que tapa na cara das pessoas que não experimentam eventos novos, amizades.. por puro preconceito.
Que experiência rica não deve ter sido, não é?
Eu mesma tenho amigos de várias idades, e posso dizer como enriquece a vida.

Abraços!

(indiquei teu blog para um meme, se achar pertinente á linha que adotas e quiser participar, confira o link: http://devaneiosedesvarios.blogspot.com/2012/02/memeeu-recomendo-e-participo-do-seu.html)