China cria "Van da Morte" para diminuir custos de execuções.
Para conter os custos das execuções de condenados pela Justiça na China, autoridades criaram a "Van da Morte". O invento deve ajudar o país a saltar dos 1,715 executados no ano passado para mais de 10 mil neste ano, informou neste sábado o Mail Online.
O serviço de execuções móveis foi lançado há 3 anos e sofreu severas críticas de organizações de direitos humanos. Por isso, ano passado, durante a Olimpíada de Pequim, as "Vans da Morte" sumiram das ruas.
As vans custam cerca de R$ 190 mil, podem chegar a até 80 km/h e se parecem com um veículo de polícia. No lado interno, porém, os veículos parecem salas de cirurgia. As execuções são monitoradas por duas câmeras, para garantir que todas as regras serão seguidas. Os condenados, após serem sedados, são amarrados em macas. Os médicos, em seguida, injetam três tipos de drogas: uma para causar perda de consciência, outra para parar a respiração e a última para interromper os batimentos cardíacos.
De acordo com investigações de organizações de direitos humanos, a polícia, o judiciário e os médicos estão envolvidos em um esquema de venda de órgãos dos condenados executados. O esquema renderia milhões aos participantes.
Os médicos aproveitam que as injeções não danificam os órgãos e retiram o que pode ser aproveitado para vender no mercado negro. O esquema teria favorecido a criação de uma indústria de "turismo de órgãos", onde japoneses, coreanos e taiuaneses viriam ao país para receber os tecidos retirados dos executados.
Lido originalmente no Terra.
Sou contra a pena de morte. E por diversas razões. As duas principais dizem respeito ao erro irremediável e ao nivelamento do Estado por baixo, ou seja, pelo bandido. Assim, me parece extremamente assustador uma máquina de execução da pena de morte praticamente em série. Os números são assombrosamente espantosos: 10 mil mortos previstos para esse ano.
O outro aspecto interessante da notícia é a venda de órgãos. Claro, feito dessa maneira é um absurdo, pois é tráfico simples e puro. Mas, aceitando a provocação de Hélio Schwartsman, colunista da FolhaOnline, qual o problema de se permitir a venda de órgãos, se hoje já se pode doar? (Obviamente dentro de previsões legais bem engendradas).
Bacafá
terça-feira, 31 de março de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
Mulher rendeira.
Outro dia, almoçando com minha filha naquela livria que já falei antes, uma música atraiu meus ouvidos. Eu conheço essa música, pensei. E demorei um pouco pra entender que era uma parte de Mulher rendeira aproveitada com um arranjo bem moderno. A música é toda instrumental, o que me dificultou um pouco a identificação imediata, já que sou completamente devagar pra isso, apesar de gostar muito de música.
A nossa produção musical (brasileira) foi e é inspiração para artistas do mundo inteiro. Alguns conseguem conceber uma boa releitura, outros nem tanto. Há centenas de exemplos. Hoje falo do grupo bem mais ou menos The Go! Team, que eu não conhecia até então. Foi o que trouxe essa mistura que ficou interessante, utilizando Mulher rendeira.
Fiz uma pesquisa sobre essa banda e, tirando Patricia's moving picture, a música que tem um trecho de Mulher rendeira, não gostei de mais nada. Não encontrei, também, um clip original da banda, mas algumas coisas feitas por fãs. Então segue um, que nada tem de excepcional, mas que nos dá a idéia de como as misturas e releituras podem dar um ar diferente para as músicas antigas:
A nossa produção musical (brasileira) foi e é inspiração para artistas do mundo inteiro. Alguns conseguem conceber uma boa releitura, outros nem tanto. Há centenas de exemplos. Hoje falo do grupo bem mais ou menos The Go! Team, que eu não conhecia até então. Foi o que trouxe essa mistura que ficou interessante, utilizando Mulher rendeira.
Fiz uma pesquisa sobre essa banda e, tirando Patricia's moving picture, a música que tem um trecho de Mulher rendeira, não gostei de mais nada. Não encontrei, também, um clip original da banda, mas algumas coisas feitas por fãs. Então segue um, que nada tem de excepcional, mas que nos dá a idéia de como as misturas e releituras podem dar um ar diferente para as músicas antigas:
domingo, 29 de março de 2009
Idiossincrasias
Dentro daquelas situações inusitadas que vi ao longo desse tempo que não escrevi, uma me chamou mais a atenção. Já aviso de antemão que alguns leitores podem me achar preconceituoso. Talvez seja mesmo.
Estava indo para uma reunião no prédio do CPL (Centro de Profissionais Liberais, uma idéia bastante interessante, onde quatro associações de profissionais liberais - OAB, ABO, Associação dos Engenheiros e Arquitetos e Associação dos Médicos - uniram esforços nos mais diversos sentidos. Falarei mais sobre essa união em outra oportunidade), que fica próximo a uma escola pública. Diga-se, daquelas escolas públicas bem cuidadas e organizadas. Praticamente no centro da cidade.
Sempre que a reunião coincide com o horário de saída dos alunos, fica um pouco mais complicado estacionar por perto, pois há muitos pais que possuem carro, mesmo se tratando de escola pública. Nada a estranhar, pois em Jaraguá do Sul temos um bom nível de vida médio, com uma renda mínima muito mais alta do que a média do país. É uma cidade de povo trabalhador e ordeiro.
Entretanto, espantou-me muito quando vi, na semana passada, um Audi A3 branco novo (não o último modelo, mas realmente novo), aguardando em fila dupla (aí é outro problema, a falta de educação, tornando-se o particular mais importante que o coletivo e o trânsito que se dane), provavelmente o filho ou a filha.
Sabemos muito quais são as limitações de uma escola pública de primeiro grau. Os menos culpados são os alunos e os professores, claro, mas a deficiência de condições acabou desequilibrando sobremaneira a qualidade de ensino entre a pública e a particular. A falta de apoio ou a completa ausência do Estado levou a esse abismo nos últimos 30 ou 40 anos. Antes escolas públicas eram formadoras de grandes pensadores e ativistas em todas as áreas. Hoje é exceção.
Então fiquei pensando: qual a prioridade daquele pai que compra um carro bem mais caro que a média (e olha que nossos carros já são muito caros proporcionalmente ao que ganhamos e comparativamente a outros países) e deixa seu filho estudando em uma escola pública? O seu bem estar, mesmo que momentâneo, ou o futuro do filho?
Talvez seja só mais um exagero meu.
Estava indo para uma reunião no prédio do CPL (Centro de Profissionais Liberais, uma idéia bastante interessante, onde quatro associações de profissionais liberais - OAB, ABO, Associação dos Engenheiros e Arquitetos e Associação dos Médicos - uniram esforços nos mais diversos sentidos. Falarei mais sobre essa união em outra oportunidade), que fica próximo a uma escola pública. Diga-se, daquelas escolas públicas bem cuidadas e organizadas. Praticamente no centro da cidade.
Sempre que a reunião coincide com o horário de saída dos alunos, fica um pouco mais complicado estacionar por perto, pois há muitos pais que possuem carro, mesmo se tratando de escola pública. Nada a estranhar, pois em Jaraguá do Sul temos um bom nível de vida médio, com uma renda mínima muito mais alta do que a média do país. É uma cidade de povo trabalhador e ordeiro.
Entretanto, espantou-me muito quando vi, na semana passada, um Audi A3 branco novo (não o último modelo, mas realmente novo), aguardando em fila dupla (aí é outro problema, a falta de educação, tornando-se o particular mais importante que o coletivo e o trânsito que se dane), provavelmente o filho ou a filha.
Sabemos muito quais são as limitações de uma escola pública de primeiro grau. Os menos culpados são os alunos e os professores, claro, mas a deficiência de condições acabou desequilibrando sobremaneira a qualidade de ensino entre a pública e a particular. A falta de apoio ou a completa ausência do Estado levou a esse abismo nos últimos 30 ou 40 anos. Antes escolas públicas eram formadoras de grandes pensadores e ativistas em todas as áreas. Hoje é exceção.
Então fiquei pensando: qual a prioridade daquele pai que compra um carro bem mais caro que a média (e olha que nossos carros já são muito caros proporcionalmente ao que ganhamos e comparativamente a outros países) e deixa seu filho estudando em uma escola pública? O seu bem estar, mesmo que momentâneo, ou o futuro do filho?
Talvez seja só mais um exagero meu.
sábado, 28 de março de 2009
Voltando...
Sim, sei que fiquei em falta com meus leitores (e surpreso quando vi que ainda houve uns heróis da resistência, insistentes ou persistentes acessando diariamente meu blog - o Google, dentro de mais um daqueles sistemas a la "Grande Irmão" (o do George Orwell, não o da Rede Globo), proporciona-nos uma ferramenta para acompanharmos os acessos, apresentando informações como número de pessoas, origem (países, estado e cidades), através de que mecanismo chegaram ao site e até através de que palavras. Não sei se é totalmente confiável, mas algumas coisas fazem sentido).
Estas duas última semanas foram extremente atribuladas, o que me impediu de acompanhar mais de perto meu próprio blog e, conseqüentemente (ainda tenho alguns anos pra utilizar o trema e me acostumar com a idéia que ele vai ser praticamente extinto. Como já ouvi em algum lugar, as mudanças ortográficas são, na realidade, para as gerações seguintes) os blogs dos meus amigos (virtuais ou não).
Mas nessas semanas acabei conhecendo lugares novos, pessoas novas, assim como enfrentando problemas antigos e percebendo situações curiosas, e refletindo um pouco sobre tudo, ou quase.
Comecei a ler, apesar dos livros pendentes e pela metade, Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. Interessante, mas estou bem no começo mesmo, ainda. Fui num show de stand up comedy (não sei por quê não chamam de comédia em pé) do humorista (?) e apresentador do CQC, Marco Luque, cuja fã incondicional, minha filha (olha a foto dela aí ao lado com o ídolo), me arrastou pra ver. Não vou negar: ri bastante; o cara deve ter uma idade próxima da minha e trouxe muita coisa do tempo que eu tinha a idade da minha filha, sendo que o melhor trecho - pra mim - foi ele "sonzando" New Order. E descobri, também, que não sou o único que acha o púdol um cachorro feio e chato, embora a melhor definição dele de cão foi a do pincher.
Falando em filha e idade, o evento mais importante do ano (e que ocorreu essa semana) foi o seu aniversário de 15 anos. Gabriela Maia Lopes já é uma moça, embora o pai nunca enxergue isso. Os amigos, por sua vez, não deixam esquecer. Aquelas piadinhas do tempo que ela nasceu, lá em 1994, simplesmente foram potencializadas. Faz parte. O importante é que, entre um distúrbio aqui e outro acolá (ainda mais se tratando de uma garota de gênio forte e de um pai solteiro), a nossa diferença de gerações não é das maiores e ainda bem que gostamos de muita coisa em comum (tirando a culinária). De toda sorte, já estou tirando a rede da sacada do meu apartamento (que fica no nono andar) e os filhotes de pitbull encomendados já estão chegando.
Agora vou ver o jogo do Flamengo (espero que o Resende não sacaneie de novo).
Bom retorno a todos nós e feliz início da melhor fase da vida para minha filha!!
Estas duas última semanas foram extremente atribuladas, o que me impediu de acompanhar mais de perto meu próprio blog e, conseqüentemente (ainda tenho alguns anos pra utilizar o trema e me acostumar com a idéia que ele vai ser praticamente extinto. Como já ouvi em algum lugar, as mudanças ortográficas são, na realidade, para as gerações seguintes) os blogs dos meus amigos (virtuais ou não).
Mas nessas semanas acabei conhecendo lugares novos, pessoas novas, assim como enfrentando problemas antigos e percebendo situações curiosas, e refletindo um pouco sobre tudo, ou quase.
Comecei a ler, apesar dos livros pendentes e pela metade, Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. Interessante, mas estou bem no começo mesmo, ainda. Fui num show de stand up comedy (não sei por quê não chamam de comédia em pé) do humorista (?) e apresentador do CQC, Marco Luque, cuja fã incondicional, minha filha (olha a foto dela aí ao lado com o ídolo), me arrastou pra ver. Não vou negar: ri bastante; o cara deve ter uma idade próxima da minha e trouxe muita coisa do tempo que eu tinha a idade da minha filha, sendo que o melhor trecho - pra mim - foi ele "sonzando" New Order. E descobri, também, que não sou o único que acha o púdol um cachorro feio e chato, embora a melhor definição dele de cão foi a do pincher.
Falando em filha e idade, o evento mais importante do ano (e que ocorreu essa semana) foi o seu aniversário de 15 anos. Gabriela Maia Lopes já é uma moça, embora o pai nunca enxergue isso. Os amigos, por sua vez, não deixam esquecer. Aquelas piadinhas do tempo que ela nasceu, lá em 1994, simplesmente foram potencializadas. Faz parte. O importante é que, entre um distúrbio aqui e outro acolá (ainda mais se tratando de uma garota de gênio forte e de um pai solteiro), a nossa diferença de gerações não é das maiores e ainda bem que gostamos de muita coisa em comum (tirando a culinária). De toda sorte, já estou tirando a rede da sacada do meu apartamento (que fica no nono andar) e os filhotes de pitbull encomendados já estão chegando.
Agora vou ver o jogo do Flamengo (espero que o Resende não sacaneie de novo).
Bom retorno a todos nós e feliz início da melhor fase da vida para minha filha!!
sexta-feira, 20 de março de 2009
Fitzgerald e Tom Cruise
Não me lembro de ter lido Francis Scott Fitzgerald antes. Até talvez tenha, e se aconteceu, por certo não me marcou. Mais uma vez por indicação do Gelson Bini, da Grafipel, trouxe, numa das visitas à livraria, uma obra deste escritor norte-americano, do começo do século passado, afetado por um estilo de vida de bon vivant e extravagante. Ainda assim, escreveu bem. Segundo John O'Hara, o "melhor escritor do que todos nós juntos".
Pois bem, nesse final de semana que passou, apesar de outros livros com a leitura em andamento, peguei o de contos de Fitzgerald e li dois deles: O diamante do tamanho do Ritz e Bernice corta o cabelo. Este segundo não impressionou tanto, mas o primeiro já me fez gostar do autor e, com tempo, procurar mais de sua obra. Apesar de gostar de viver em altas rodas, este conto é uma crítica bem humorada à alta sociedade. E, se considerado que escrito em 1922, de uma criatividade absurda. Afinal, quem imaginaria uma família ser proprietária de um diamante do tamanho do Hotel Ritz? Ou de qualquer outro hotel... Poderia ser mais uma daquelas Amazing stories que apareciam no antigo seriado de TV.
E o final de semana terminou no cinema com o filme Operação Valquíria. O mais impressionante é ir ao cinema sabendo o final do filme. Trata da história de uma tentativa de golpe contra Adolf Hitler, realizada por oficiais do próprio sistema nazista. E todo mundo sabe que não certo, tanto que a guerra demorou quase mais um ano e o cavaleiro do apocalipse se suicidou para não ser pego.
Mesmo assim o filme é tenso, com uma sensação de que a qualquer momento as coisas, que aparentavam estar dando certo (apesar do que a história nos contou), poderiam degringolar. E degringolaram, como era esperado. Vale a pena, contudo. E nos faz pensar: como seriam as coisas se o atentado a Adolf Hitler tivesse dado certo (esse ou uma das outras 14 tentativas dos próprios alemães)? E se os nazistas tivessem vencido a guerra?
Uma das coisas mais inexplicáveis, no meu ignorante e quase lúdico modo de ver a vida, é a guerra. É onde as pessoas que planejam simplesmente mandam inocentes matar inocentes sabendo que se não matarem vão morrer. É a ética ao avesso ou avesso da ética. Depende de que lado do cano fumegante você esteja.
Pensando bem, talvez o conto de Fitzgerald (O diamante do tamanho do Ritz) nos dê uma idéia dos motivos de uma guerra. Talvez.
Pois bem, nesse final de semana que passou, apesar de outros livros com a leitura em andamento, peguei o de contos de Fitzgerald e li dois deles: O diamante do tamanho do Ritz e Bernice corta o cabelo. Este segundo não impressionou tanto, mas o primeiro já me fez gostar do autor e, com tempo, procurar mais de sua obra. Apesar de gostar de viver em altas rodas, este conto é uma crítica bem humorada à alta sociedade. E, se considerado que escrito em 1922, de uma criatividade absurda. Afinal, quem imaginaria uma família ser proprietária de um diamante do tamanho do Hotel Ritz? Ou de qualquer outro hotel... Poderia ser mais uma daquelas Amazing stories que apareciam no antigo seriado de TV.
E o final de semana terminou no cinema com o filme Operação Valquíria. O mais impressionante é ir ao cinema sabendo o final do filme. Trata da história de uma tentativa de golpe contra Adolf Hitler, realizada por oficiais do próprio sistema nazista. E todo mundo sabe que não certo, tanto que a guerra demorou quase mais um ano e o cavaleiro do apocalipse se suicidou para não ser pego.
Mesmo assim o filme é tenso, com uma sensação de que a qualquer momento as coisas, que aparentavam estar dando certo (apesar do que a história nos contou), poderiam degringolar. E degringolaram, como era esperado. Vale a pena, contudo. E nos faz pensar: como seriam as coisas se o atentado a Adolf Hitler tivesse dado certo (esse ou uma das outras 14 tentativas dos próprios alemães)? E se os nazistas tivessem vencido a guerra?
Uma das coisas mais inexplicáveis, no meu ignorante e quase lúdico modo de ver a vida, é a guerra. É onde as pessoas que planejam simplesmente mandam inocentes matar inocentes sabendo que se não matarem vão morrer. É a ética ao avesso ou avesso da ética. Depende de que lado do cano fumegante você esteja.
Pensando bem, talvez o conto de Fitzgerald (O diamante do tamanho do Ritz) nos dê uma idéia dos motivos de uma guerra. Talvez.
quinta-feira, 19 de março de 2009
quarta-feira, 18 de março de 2009
Arroz transgênico da Bayer
Lá da página do Greenpeace:
"Transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (OGMs), são seres vivos criados em laboratório a partir de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza: planta com bactéria, animal com inseto, bactéria com vírus, e por aí vai. Usando uma técnica que permite cortar genes de uma determinada espécie e colá-los em outra, os cientistas criaram organismos totalmente novos com características específicas. É o caso do arroz LL62, que a Bayer quer plantar e vender no Brasil. Seríamos cobaia do novo produto da Bayer, que não está autorizado em país algum do mundo.
...
O Greenpeace faz campanha contra a liberação dos transgênicos no meio ambiente por causa dos seus impactos imprevisíveis, irreversíveis e incontroláveis. Ainda há pouquíssimos estudos sobre o que pode acontecer com a saúde humana ou animal caso esses organismos sejam plantados ou consumidos. Até agora, ninguém conseguiu provar que eles sejam seguros.
...
Contaminação genética - Devido às características de polinização do arroz, estudos apontam que o cruzamento entre as variedades transgênica e convencional é possível, o que resultaria na contaminação genética de diversas variedades. A contaminação genética ameaça a biodiversidade do arroz e também a produção dos agricultores que optarem por plantar um arroz convencional e/ou orgânico.
Surgimento de ervas daninhas resistentes - Se o arroz transgênico pode realizar cruzamentos com outras variedades - como o arroz vermelho, por exemplo - a propriedade de resistência ao glufosinato de amônio também poderá ser transmitida. Com isso, variedades convencionais poderão adquirir a resistência ao glufosinato, criando as condições para que o agrotóxico seja mais e mais usado no campo, oferecendo risco aos agricultores, ao meio ambiente e à saúde dos consumidores."
Leia mais no Greenpeace Brasil.
"Transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (OGMs), são seres vivos criados em laboratório a partir de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza: planta com bactéria, animal com inseto, bactéria com vírus, e por aí vai. Usando uma técnica que permite cortar genes de uma determinada espécie e colá-los em outra, os cientistas criaram organismos totalmente novos com características específicas. É o caso do arroz LL62, que a Bayer quer plantar e vender no Brasil. Seríamos cobaia do novo produto da Bayer, que não está autorizado em país algum do mundo.
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O Greenpeace faz campanha contra a liberação dos transgênicos no meio ambiente por causa dos seus impactos imprevisíveis, irreversíveis e incontroláveis. Ainda há pouquíssimos estudos sobre o que pode acontecer com a saúde humana ou animal caso esses organismos sejam plantados ou consumidos. Até agora, ninguém conseguiu provar que eles sejam seguros.
...
Contaminação genética - Devido às características de polinização do arroz, estudos apontam que o cruzamento entre as variedades transgênica e convencional é possível, o que resultaria na contaminação genética de diversas variedades. A contaminação genética ameaça a biodiversidade do arroz e também a produção dos agricultores que optarem por plantar um arroz convencional e/ou orgânico.
Surgimento de ervas daninhas resistentes - Se o arroz transgênico pode realizar cruzamentos com outras variedades - como o arroz vermelho, por exemplo - a propriedade de resistência ao glufosinato de amônio também poderá ser transmitida. Com isso, variedades convencionais poderão adquirir a resistência ao glufosinato, criando as condições para que o agrotóxico seja mais e mais usado no campo, oferecendo risco aos agricultores, ao meio ambiente e à saúde dos consumidores."
Leia mais no Greenpeace Brasil.
terça-feira, 17 de março de 2009
Clássicos das antigas.
Para embalar a semana sobrecarregada.
Vocês podem até falar que não conhecem as bandas, mas difícil imaginar que nunca tenham ouvido essas músicas (no original ou nas centenas de versões que pululam por aí).
Lovin' Spoonful - Summer In The City
The Turtles - Happy Together
E a mais clássica de hoje!!
The Clash - Should I stay or should I go
Vocês podem até falar que não conhecem as bandas, mas difícil imaginar que nunca tenham ouvido essas músicas (no original ou nas centenas de versões que pululam por aí).
Lovin' Spoonful - Summer In The City
The Turtles - Happy Together
E a mais clássica de hoje!!
The Clash - Should I stay or should I go
segunda-feira, 16 de março de 2009
domingo, 15 de março de 2009
Sua vez.
E por falar em cenas antológicas, qual a cena de cinema que mais marcou você ou que você mais gostou?
Vamos fazer uma seleção aqui.
Vamos fazer uma seleção aqui.
Cena antológica.
Trata-se de uma cena do filme Amargo Pesadelo, produção norte-americana de 1972, em que há um duelo de violão e banjo entre um forasteiro e um menino autista do posto de combustível onde haviam parado para abastecer.
Todas as pessoas que aparecem no filme são atores profissionais, a exceção do menino. Ele é um autista que o diretor teve a felicidade de encaixar na cena do filme.
No elenco: Burt Reinolds, Jon Voight, Ronnie Cox (o violinista da cena).
O filme foi um marco para o cinema, com discussões e temáticas não exploradas na época. Dizem, inclusive, que Gaspar Noé, diretor de Irreversível, buscou inspiração em Amargo Pesadelo pra realizar a cena do estupro de Monica Bellucci (outra das cenas mais comentadas do cinema, da qual é difícil encontrar opinião imparcial ou de meio termo: ou se adora ou se odeia).
Todas as pessoas que aparecem no filme são atores profissionais, a exceção do menino. Ele é um autista que o diretor teve a felicidade de encaixar na cena do filme.
No elenco: Burt Reinolds, Jon Voight, Ronnie Cox (o violinista da cena).
O filme foi um marco para o cinema, com discussões e temáticas não exploradas na época. Dizem, inclusive, que Gaspar Noé, diretor de Irreversível, buscou inspiração em Amargo Pesadelo pra realizar a cena do estupro de Monica Bellucci (outra das cenas mais comentadas do cinema, da qual é difícil encontrar opinião imparcial ou de meio termo: ou se adora ou se odeia).
sábado, 14 de março de 2009
Entendeu ou quer que desenhe?
Já que estamos quase na páscoa, segue uma petição de indignação.
Não confirmei a veracidade. Entretanto, não duvido. E que deve ter muito advogado com fazer isso, deve ter.
Clique na imagem para ampliar.
E viva o coelhinho da Páscoa.
Não confirmei a veracidade. Entretanto, não duvido. E que deve ter muito advogado com fazer isso, deve ter.
Clique na imagem para ampliar.
E viva o coelhinho da Páscoa.
sexta-feira, 13 de março de 2009
quinta-feira, 12 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
Eu perguntei ao tempo...
Eu perguntei ao tempo
Quanto tempo eu tenho
Pra passar o tempo
O tempo me respondeu
Deixa o tempo passar
Você tem muito tempo
Das Neves, você tem muito tempo
Quem pensa no tempo também perde tempo,
Das Neves, você tem muito tempo,
Pois é
Dá um tempo,
Que o tempo é pra já.
Quem diz todo o tempo
Que o tempo é dinheiro
Não tem passa-tempo
Nenhum tempo afora
Pra se ter bom tempo
Tem que ter tempero
Não põe contra-tempo
Que o tempo piora
O tempo procura
Não ter tempo quente
Pra fechar o tempo
Hoje o tempo demora
Os tempos mudaram,
Pois já foi-se o tempo
Da temperatura dos tempos de outrora
Ninguém ganha tempo
Que o tempo é momento
Do temperamento do tempo de agora
O tempo só quer
Que se dê tempo ao tempo
Que tudo do tempo chega a tempo e hora
Música Partido do Tempo, de Wilson das Neves.
Confesso minha ignorância musical. Não conhecia Wilson das Neves. Encontrei-o sem querer ao procurar um material do Trio Mocotó.
Dia desses, no carro, ouvi o Trio Mocotó cantando Coqueiro Verde, composição de Erasmo Carlos, divertida e cadenciada música. Como conhecia muito pouco desse grupo, apenas sabendo que era uma espécie de samba-rock a la Jorge Benjor, no tempo em que era apenas Jorge Ben (inclusive trabalharam juntos), fui atrás e, entre outros artistas, descobri Wilson das Neves, com esse samba gostoso de ouvir e inteligente na letra.
Pena que não consegui trazer pra cá em modelo que vocês pudessem ouvir.
De todo modo, se quiserem ter uma palhinha (vale a pena!!) acessem aqui.
Quanto tempo eu tenho
Pra passar o tempo
O tempo me respondeu
Deixa o tempo passar
Você tem muito tempo
Das Neves, você tem muito tempo
Quem pensa no tempo também perde tempo,
Das Neves, você tem muito tempo,
Pois é
Dá um tempo,
Que o tempo é pra já.
Quem diz todo o tempo
Que o tempo é dinheiro
Não tem passa-tempo
Nenhum tempo afora
Pra se ter bom tempo
Tem que ter tempero
Não põe contra-tempo
Que o tempo piora
O tempo procura
Não ter tempo quente
Pra fechar o tempo
Hoje o tempo demora
Os tempos mudaram,
Pois já foi-se o tempo
Da temperatura dos tempos de outrora
Ninguém ganha tempo
Que o tempo é momento
Do temperamento do tempo de agora
O tempo só quer
Que se dê tempo ao tempo
Que tudo do tempo chega a tempo e hora
Música Partido do Tempo, de Wilson das Neves.
Confesso minha ignorância musical. Não conhecia Wilson das Neves. Encontrei-o sem querer ao procurar um material do Trio Mocotó.
Dia desses, no carro, ouvi o Trio Mocotó cantando Coqueiro Verde, composição de Erasmo Carlos, divertida e cadenciada música. Como conhecia muito pouco desse grupo, apenas sabendo que era uma espécie de samba-rock a la Jorge Benjor, no tempo em que era apenas Jorge Ben (inclusive trabalharam juntos), fui atrás e, entre outros artistas, descobri Wilson das Neves, com esse samba gostoso de ouvir e inteligente na letra.
Pena que não consegui trazer pra cá em modelo que vocês pudessem ouvir.
De todo modo, se quiserem ter uma palhinha (vale a pena!!) acessem aqui.
quarta-feira, 4 de março de 2009
É melhor ser alegre que ser triste...
Música do dia: Samba da benção, de Vinícius de Moraes e Baden Powell.
Como fiquei na dúvida e o público é eclético, escolha na voz de quem quer ouvir:
Maria Bethânia:
Maria Bethânia - Samba da benção
Bebel Gilberto:
Bebel Gilberto - Samba da Benção
E, a pedidos, o mestre Vinicius de Moraes:
Vinicius de Moraes - Samba da benção
E não é como amar uma mulher só linda...
Como fiquei na dúvida e o público é eclético, escolha na voz de quem quer ouvir:
Maria Bethânia:
Maria Bethânia - Samba da benção
Bebel Gilberto:
Bebel Gilberto - Samba da Benção
E, a pedidos, o mestre Vinicius de Moraes:
Vinicius de Moraes - Samba da benção
E não é como amar uma mulher só linda...
Dicionário
Essa recebi por email.
Quando digo que é importante ter um dicionário em casa...
Cuidado com as "garfis"!!
Dá uma olhada na bizarrice abaixo (clique na figura para ampliar):
Quanta "indiotise"!!
Quando digo que é importante ter um dicionário em casa...
Cuidado com as "garfis"!!
Dá uma olhada na bizarrice abaixo (clique na figura para ampliar):
Quanta "indiotise"!!
terça-feira, 3 de março de 2009
O problema da boataria.
Deu no Conjur:
"A acusação contra dois casais — um brasileiro e um americano — da colônia naturista Colina do Sol por abuso de crianças, pornografia infantil e tráfico internacional de menores continua causando indignação na comunidade carente Morro da Pedra, no Rio Grande do Sul. No ano passado, pessoas que acreditam na inocência dos acusados fizeram passeatas. Tanto a Colina como a comunidade Morro da Pedra ficam na cidade de Taquara, interior do estado gaúcho.
O casal americano Fritz e Barbara, ele com 64 anos e ela com 73, ficou preso por pouco mais de um ano e os brasileiros André Ricardo e Cleci Ieggli, por quase dois meses. Todos foram soltos em janeiro deste ano, depois que os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconheceram excesso de prazo para formação da culpa. A ação penal contra eles continua, contudo, tramitando na cidade de Taquara.
Fritz e Barbara são aposentados e fundaram uma ONG para ajudar as crianças de Morro da Pedra. A organização oferecia tratamento médico e dental, montava times de futebol e dava aulas de reforço escolar. Os brasileiros Cleci e seu marido André, presidente da Federação Brasileira de Naturismo, também estão envolvidos em ação social em favor da comunidade. O caso, que corre em segredo de Justiça, ganhou repercussão nacional e internacional na mídia ano passado. As acusações que levaram os casais para a cadeia começaram a partir de boatos de pessoas da Colina. Em dezembro de 2007, o Ministério Público levou o caso à Justiça.
No entanto, as supostas vítimas dos casais não sustentam as acusações do Ministério Público. Defendem os acusados e afirmam: não houve crime algum. Um dos pais das crianças supostamente molestadas contou à revista Consultor Jurídico que também foi denunciado pelo MP gaúcho como cúmplice dos acusados. Isso porque o seu filho, apontado como vítima, desmentiu as acusações e disse que nada sofreu."
Lendo essa notícia pergunto-me se o passado não serve de lição. Mais uma vez pessoas são linchadas publicamente por conta de informações não confirmadas. O cuidado tão necessário para a veiculação de notícias absolutamente perigosas (por suas conseqüências) simplesmente é jogado a segundo plano.
Os casos "Escola Base" e "Bar Bodega" são só dois dos exemplos mais gritantes que, pelo visto, apesar de serem ensinados nas escolas de Jornalismo e de Direito, não contam quando é para se alcançar índice maior de audiência. Agora talvez haja mais um exemplo forte: "Colina do Sol".
O mais triste é saber que a resposta do Estado, mesmo que apenas para o ressarcimento indenizatório (eis que a moral e a honra atingidas provavelmente nunca mais voltarão a ponto de trazer o real sossego das vítimas), leva praticamente uma eternidade.
"A acusação contra dois casais — um brasileiro e um americano — da colônia naturista Colina do Sol por abuso de crianças, pornografia infantil e tráfico internacional de menores continua causando indignação na comunidade carente Morro da Pedra, no Rio Grande do Sul. No ano passado, pessoas que acreditam na inocência dos acusados fizeram passeatas. Tanto a Colina como a comunidade Morro da Pedra ficam na cidade de Taquara, interior do estado gaúcho.
O casal americano Fritz e Barbara, ele com 64 anos e ela com 73, ficou preso por pouco mais de um ano e os brasileiros André Ricardo e Cleci Ieggli, por quase dois meses. Todos foram soltos em janeiro deste ano, depois que os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconheceram excesso de prazo para formação da culpa. A ação penal contra eles continua, contudo, tramitando na cidade de Taquara.
Fritz e Barbara são aposentados e fundaram uma ONG para ajudar as crianças de Morro da Pedra. A organização oferecia tratamento médico e dental, montava times de futebol e dava aulas de reforço escolar. Os brasileiros Cleci e seu marido André, presidente da Federação Brasileira de Naturismo, também estão envolvidos em ação social em favor da comunidade. O caso, que corre em segredo de Justiça, ganhou repercussão nacional e internacional na mídia ano passado. As acusações que levaram os casais para a cadeia começaram a partir de boatos de pessoas da Colina. Em dezembro de 2007, o Ministério Público levou o caso à Justiça.
No entanto, as supostas vítimas dos casais não sustentam as acusações do Ministério Público. Defendem os acusados e afirmam: não houve crime algum. Um dos pais das crianças supostamente molestadas contou à revista Consultor Jurídico que também foi denunciado pelo MP gaúcho como cúmplice dos acusados. Isso porque o seu filho, apontado como vítima, desmentiu as acusações e disse que nada sofreu."
Lendo essa notícia pergunto-me se o passado não serve de lição. Mais uma vez pessoas são linchadas publicamente por conta de informações não confirmadas. O cuidado tão necessário para a veiculação de notícias absolutamente perigosas (por suas conseqüências) simplesmente é jogado a segundo plano.
Os casos "Escola Base" e "Bar Bodega" são só dois dos exemplos mais gritantes que, pelo visto, apesar de serem ensinados nas escolas de Jornalismo e de Direito, não contam quando é para se alcançar índice maior de audiência. Agora talvez haja mais um exemplo forte: "Colina do Sol".
O mais triste é saber que a resposta do Estado, mesmo que apenas para o ressarcimento indenizatório (eis que a moral e a honra atingidas provavelmente nunca mais voltarão a ponto de trazer o real sossego das vítimas), leva praticamente uma eternidade.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Justiça autoriza transfusão de sangue em Testemunha de Jeová.
"O desembargador federal Fagundes de Deus, do TRF da 1.ª Região, assegurou, em sede de liminar, ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, executar o procedimento de transfusão de sangue em paciente que se recusava a sofrê-lo em função de sua crença religiosa, Testemunha de Jeová.
Narrou a Universidade Federal de Goiás, autarquia responsável daquele Hospital das Clínicas, que o estado do paciente é grave e requer, com urgência, a transfusão de sangue. Explica que o hospital é obrigado a respeitar o direito de autodeterminação da pessoa humana, reconhecido pela ordem jurídica, nada podendo fazer sem a autorização da Justiça. Sustenta que o direito à vida é um bem indisponível, cuja proteção incumbe ao Estado e que, no caso concreto, a transfusão sanguínea é a única forma de efetivação de tal direito.
O desembargador registrou que no confronto entre os princípios constitucionais do direito à vida e do direito à crença religiosa importa considerar que atitudes de repúdio ao direito à própria vida vão de encontro à ordem constitucional - interpretada na sua visão teleológica. Isso posto, exemplificou o magistrado que a legislação infraconstitucional não admite a prática de eutanásia e reprime o induzimento ou auxílio ao suicídio.
Dessa forma, entende o magistrado que deve prevalecer "o direito à vida, porquanto o direito de nascer, crescer e prolongar a sua existência advém do próprio direito natural, inerente aos seres humanos, sendo este, sem sombra de dúvida, primário e antecedente a todos os demais direitos. Inarredável, assim, a meu ver, a conclusão de que se deve impor, na situação em concreto, a prevalência do direito à vida do paciente". Agravo de Instrumento 2009.01.00.010855-6/GO" Fonte: TRF 1a. Região.
Sempre fui defensor do Estado laico, onde a religião não deve, nem de longe, interferir nas decisões administrativas ou judiciais. Nesse caso, pensa da mesma forma o nobre Desembargador. Entretanto, acima das decisões do Estado, em situações como esta, no meu entender, deve prevalecer a vontade da pessoa envolvida.
Não seria o caso dos pais que não deixam seus filhos receberem uma transfusão de sangue. Nem, tampouco, dos parentes que não deixam realizar tal procedimento em um paciente inconsciente. Mas quando o próprio paciente, devidamente esclarecido, faz a opção, penso que sua vontade e sua crença devem ser respeitadas. Por mais que eu mesmo discorde de tão irrefletida escolha.
Como vai se justificar para si própria a pessoa que não quer deliberadamente receber o sangue que pode salvar sua vida? Ou, em questões práticas, como vão, os médicos, fazer a transfusão de sangue? Amarrando-o, sedando-o? Parece-me tão anti-ético quanto um médico não tentar salvar a vida de quem realmente quer viver.
Narrou a Universidade Federal de Goiás, autarquia responsável daquele Hospital das Clínicas, que o estado do paciente é grave e requer, com urgência, a transfusão de sangue. Explica que o hospital é obrigado a respeitar o direito de autodeterminação da pessoa humana, reconhecido pela ordem jurídica, nada podendo fazer sem a autorização da Justiça. Sustenta que o direito à vida é um bem indisponível, cuja proteção incumbe ao Estado e que, no caso concreto, a transfusão sanguínea é a única forma de efetivação de tal direito.
O desembargador registrou que no confronto entre os princípios constitucionais do direito à vida e do direito à crença religiosa importa considerar que atitudes de repúdio ao direito à própria vida vão de encontro à ordem constitucional - interpretada na sua visão teleológica. Isso posto, exemplificou o magistrado que a legislação infraconstitucional não admite a prática de eutanásia e reprime o induzimento ou auxílio ao suicídio.
Dessa forma, entende o magistrado que deve prevalecer "o direito à vida, porquanto o direito de nascer, crescer e prolongar a sua existência advém do próprio direito natural, inerente aos seres humanos, sendo este, sem sombra de dúvida, primário e antecedente a todos os demais direitos. Inarredável, assim, a meu ver, a conclusão de que se deve impor, na situação em concreto, a prevalência do direito à vida do paciente". Agravo de Instrumento 2009.01.00.010855-6/GO" Fonte: TRF 1a. Região.
Sempre fui defensor do Estado laico, onde a religião não deve, nem de longe, interferir nas decisões administrativas ou judiciais. Nesse caso, pensa da mesma forma o nobre Desembargador. Entretanto, acima das decisões do Estado, em situações como esta, no meu entender, deve prevalecer a vontade da pessoa envolvida.
Não seria o caso dos pais que não deixam seus filhos receberem uma transfusão de sangue. Nem, tampouco, dos parentes que não deixam realizar tal procedimento em um paciente inconsciente. Mas quando o próprio paciente, devidamente esclarecido, faz a opção, penso que sua vontade e sua crença devem ser respeitadas. Por mais que eu mesmo discorde de tão irrefletida escolha.
Como vai se justificar para si própria a pessoa que não quer deliberadamente receber o sangue que pode salvar sua vida? Ou, em questões práticas, como vão, os médicos, fazer a transfusão de sangue? Amarrando-o, sedando-o? Parece-me tão anti-ético quanto um médico não tentar salvar a vida de quem realmente quer viver.
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