E nem os êxitos, por si só, justificam os
erros. Principalmente se tais erros ultrapassarem propositadamente o limite da
ética.
Mas,
não é o que tenho visto, em regra. Não consigo entender como alguns
lulo-petistas insistem em centrar a defesa da Presidente e do seu antecessor
unicamente no mérito da ascensão de boa parte da população miserável que esse
país tinha. E, muito menos, argumentar
que discutir impeachment é golpe. Não, o impeachment não é golpe. Não o será,
pelo menos, se a ordem legal for respeitada. Faz parte do nosso
presidencialismo tanto quanto o faz a eleição direta. Não, o sucesso de planos
sociais não pode servir de cortina de fumaça para as falcatruas que estão se
revelando como nunca antes na história desse país. Não existe compensação para
corrupção e nem deve existir a vitimização do corrupto.
Por
outro lado, não se pode aceitar que o legítimo e justo processo legal seja
atropelado em nome de um suposto bem maior que é a depuração da classe política
e, consequentemente, da sociedade. Isso, assim como o aparelhamento da
administração pública, não é republicano e nem democrático. Subjetivismos desta
natureza contaminam a democracia. E nossa democracia custou sangue, suor e
lágrimas para ser assim desprezada. Não se pode esquecer, jamais, que os fins
não justificam os meios e, mais, que a quebra do devido processo legal não
repercute apenas para os políticos ora suspeitos. Reverberá, mais cedo ou mais
tarde, para os cidadãos de bem. O devido processo legal é a base da Justiça e
da Democracia e não podemos simplesmente não considerar esta hipótese porque
gostamos ou não gostamos de alguém. Não se pode comer o fruto da árvore
envenenada.
É
momento de indignação. Porém com reflexão e responsabilidade!